Economia
Qual o impacto da Taxa de Juros no Brasil em 2023?
Saiba os reflexos da Taxa Selic e dos índices econômicos como o IPCA, podem moldar o cenário financeiro nacional.
Não é de hoje que o Brasil encontra-se imerso em um cenário econômico desafiador, o que algumas pessoas não sabem, é como se analisa e decide a taxa de juros, além de seu principal papel na economia brasileira.
A formulação das políticas monetárias, que visam trazer estabilidade financeira do país, reflete-se sobretudo através da principal ferramenta de controle do Banco Central, a taxa Selic.
De acordo com especialista do mercado financeiro, Wallace Oliveira, a definição da taxa básica de juros, decidida pelo Copom (Comitê de política monetária), avalia também índices como o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). “A Selic e esses índices desempenham um papel vital na condução da política econômica e afetam diretamente o bolso do cidadão e o panorama empresarial”, afirma.
Taxa Selic: o termômetro da economia brasileira
A taxa básica de juros, conhecida como Selic, é uma ferramenta central na política monetária brasileira. Decida a cada 45 dias pelos membros do Copom, ela impacta diversos setores, influenciando desde os juros cobrados em empréstimos até os rendimentos de investimentos.
“No primeiro semestre de 2023, observamos um movimento cauteloso do Banco Central, que busca equilibrar a necessidade de estimular a atividade econômica e controlar a inflação”, analisa Wallace.
Atualmente em 11,75% ao ano, a Selic torna-se um instrumento estratégico para mitigar riscos. Segundo ele, estamos em um cenário de incertezas globais, com desafios como a escalada dos preços de commodities e a instabilidade geopolítica. “A manutenção de taxas mais elevadas pode ser uma estratégia adotada para conter pressões inflacionárias e preservar a estabilidade financeira”.
IPCA e a pressão inflacionária
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é um dos indicadores-chave para medir a inflação no Brasil. De acordo com o economista Israel Tenório, a pressão inflacionária tem sido uma preocupação constante, impulsionada por fatores como a alta nos preços de alimentos e commodities.
O Banco Central utiliza a Selic como instrumento para controlar a inflação, ajustando-a conforme a necessidade de conter ou estimular a economia. “Uma Selic mais elevada tende a encarecer o crédito e desacelerar o consumo, impactando diretamente a demanda por bens e serviços, o que, por sua vez, pode contribuir para conter a inflação”, explica Israel.
Perspectivas e desafios futuros
Questionado sobre as perspectivas para 2024, ele relata que as perspectivas econômicas continuam sujeitas a uma série de variáveis, tanto internas quanto externas. “O desafio reside em encontrar o equilíbrio ideal entre o estímulo a atividade econômica e o controle da inflação, considerando a complexidade do cenário global”, destaca o economista.
Para isso acontecer, Israel diz que a atenção da população brasileira e dos agentes econômicos para os movimentos da taxa Selic e aos desdobramentos nos índices de inflação são fatores determinantes para as decisões de consumo, investimento e planejamento financeiro. “O diálogo entre o Banco Central, setores produtivos e a sociedade civil torna-se essencial para construir um caminho sólido em direção à estabilidade econômica e ao desenvolvimento sustentável.”