Economia
Políticas públicas como meio de fomento aos negócios digitais
Último painel teve como convidados Juliana Khalili (Fapeal) e Marcelo Malta (Sefaz) falando sobre os projetos do governo para a inclusão digital das empresas
A segunda edição do Seminário Executivo Economia Digital 2024, uma realização da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Alagoas (Fecomércio AL), foi encerrada com o quarto e último painel abordando o tema Políticas Públicas: Gestão, iniciativas e projetos inovadores para o desenvolvimento de negócios digitais. O evento aconteceu ao longo nesta segunda-feira, dia 11, no Centro de Inovação de Tecnologia, em Maceió.
O painel foi mediado pelo assessor do Instituto Fecomércio e professor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Francisco Rosário, e contou com as participações da gestora especializada em Ciência e Tecnologia da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal), de Juliana Khalili – que também representou a Secretaria de Estado da Ciência, da Tecnologia e da Inovação (Secti); e do superintendente de Tecnologia da Informação da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), Marcelo Malta.
Em sua fala, o mediador Francisco Rosário destacou as características sociais e econômicas de Alagoas que influenciam o desenvolvimento do setor digital local. Segundo ele, apesar de o estado enfrentar desafios estruturais, nos últimos 20 anos houve uma reinvenção significativa no ambiente de negócios, com o crescimento anual dos negócios digitais em torno de 5%. Rosário ainda ressaltou a importância da inclusão digital como forma de integração dos setores de comércio e serviços ao novo cenário.
Para ele, um dos grandes desafios está em conectar os pequenos empresários locais às novas tecnologias, especialmente os do comércio tradicional, que muitas vezes não têm fácil acesso aos recursos digitais. “Como as iniciativas de inclusão digital promovidas pelo governo, pelo sistema de inovação, podem incluir os setores econômicos e negócios tradicionais, e é boa parte dos nossos negócios já existentes e Alagoas e que estão muito presentes nos setores de comércio e serviço? Esses são os mais complicados, porque são pequenas empresas. Geralmente, o proprietário, o empreendedor, está com a barriga no balcão e não pode pular para a tecnologia por causa da dificuldade. É um grande desafio, de fato”, refletiu ao questionar a painelista Juliana Khalili.
“A gente vê o esforço de todo mundo que está envolvido aqui no Estado em planejar e executar política e captar recursos para que a gente tenha a inclusão e a transformação digital, tanto para o empresariado, como para o setor público”, disse Khalili ao reforçar a importância das iniciativas de inclusão digital promovidas pelo governo do estado. De acordo com ela, a Fapeal e a Secti têm investido em políticas para democratizar o acesso às ferramentas digitais e estimular a inovação.
Apresentando dados globais que ressaltam o crescimento da economia digital, ela mencionou que empregos no setor aumentaram significativamente nos últimos anos e explicou que o estado de Alagoas busca fortalecer o empreendedorismo digital por meio de editais de fomento e parcerias com instituições de ensino e empresas. “Esses editais não atuam só nas instituições de ensino superior. Eles atuam, também, diretamente dentro dessas empresas tentando fazer a coletividade entre as instituições, reduzindo esse espaço entre o setor produtivo e a academia. É claro que tudo isso que a gente tem feito tem aumentado a competitividade das empresas afetadas por esses programas. E a gente tem propagado a cultura do empreendedorismo inovador, isso tem se disseminado”, falou.
O superintendente de Tecnologia da Informação da Sefaz, Marcelo Malta trouxe uma visão mais prática sobre o impacto do setor de tecnologia na economia estadual. Ele mencionou que as empresas de tecnologia em Alagoas representam 2,5% dos empregos e contribuíram com 2,2% da arrecadação de impostos em 2023. O gestor ainda destacou a importância de o governo estadual atuar de forma estratégica para impulsionar a economia digital, alocando recursos em áreas prioritárias como educação e infraestrutura digital, conforme a visão econômica keynesiana.
Demonstrando a atuação do Estado dentro das funções alocativa, educativa, distributiva, estabilizadora e reguladora, Malta enfatizou que é esta última a mais exercida pela Sefaz. “É a que a Secretaria da Fazenda entra mais. É aquela que a gente vai tentar equalizar a distribuição, fazer com que o comércio seja igual para todo mundo”, afirmou. Para ele, um dos principais projetos de transformação digital já empreendidos no Brasil é o Projeto Esperanto e o processo de evolução posterior. “Aí nasce a nota fiscal eletrônica e, com um novo ciclo, começa o comércio eletrônico a se desenvolver. O comércio digital existe porque existe uma ferramenta de controle com a nota fiscal eletrônica. A mesma coisa, a nota fiscal de consumidor eletrônico, que passou a existir”, complementou.
O Seminário Executivo Economia Digital contou com o apoio de diversas entidades e empresas, como o Sebrae, o Sesc, o Senac, o Senai, a Ademi, a ASA e a Weni by Vtex. Essas parcerias reforçam o compromisso com a inovação e o desenvolvimento do setor de turismo em Alagoas. A troca de experiências e a colaboração entre os diferentes atores da economia digital são fundamentais para que o turismo da região aproveite ao máximo as oportunidades oferecidas pela transformação digital.