Economia
Inflação no Brasil tem nova alta e ultrapassa teto da meta em 2024
Mercado prevê IPCA de 4,71% e Selic em alta até o próximo ano
O mercado financeiro elevou a projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do Brasil, de 4,63% para 4,71% em 2024. A estimativa consta no Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (2) pelo Banco Central (BC). Para 2025, a previsão também subiu, de 4,34% para 4,4%.
Com a nova projeção, o IPCA previsto para este ano supera o teto da meta de inflação, que é de 3% com tolerância de até 4,5%, conforme definido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). A partir de 2025, o sistema de metas contínuas entra em vigor, com o centro fixado em 3% e margem de 1,5 ponto percentual.
Em outubro, o índice inflacionário foi de 0,56%, puxado principalmente pelos gastos com habitação e alimentos, segundo o IBGE. Em 12 meses, o IPCA acumula alta de 4,76%. O dado de novembro será divulgado em 10 de dezembro.
Selic em trajetória de alta
Para conter a inflação, o Banco Central tem utilizado a taxa básica de juros (Selic), atualmente em 11,25% ao ano. O Comitê de Política Monetária (Copom) sinalizou novo aumento na próxima reunião, em dezembro. O mercado projeta que a Selic encerre 2024 em 11,75%, com estimativas de 12,63% para o fim de 2025.
O aumento da Selic visa esfriar a demanda e controlar os preços, encarecendo o crédito e incentivando a poupança. Contudo, taxas elevadas também podem restringir o crescimento econômico.
Crescimento do PIB e dólar
A projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano subiu de 3,17% para 3,22%, refletindo um desempenho melhor que o esperado no segundo trimestre, quando o PIB avançou 1,4%. Para 2025, a estimativa é de 1,95% de crescimento.
O mercado também elevou a previsão para o dólar, que deve fechar 2024 em R$ 5,70. Para o fim de 2025, espera-se uma cotação de R$ 5,60.