O Governo Federal anunciou a criação de uma plataforma que permitirá aos trabalhadores do setor privado acesso facilitado ao crédito consignado. 

A iniciativa utilizará o Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial) para conectar empregados e instituições financeiras, eliminando a necessidade de convênios específicos entre empresas e bancos.

Em reunião realizada no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva discutiu a proposta com ministros e representantes de instituições financeiras. 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou que a medida visa oferecer crédito mais barato a milhões de trabalhadores que atualmente não têm acesso a essa modalidade.

"Milhões de pessoas que hoje não têm acesso ao crédito consignado passarão a ter um mecanismo moderno, eficiente, transparente, com uma plataforma em que você vai poder comparar as taxas de juros praticadas pelo sistema bancário", afirmou Haddad.

A expectativa é que a plataforma esteja disponível ainda este ano, beneficiando cerca de 42 milhões de trabalhadores celetistas e domésticos registrados em carteira.

O presidente-executivo da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), Isaac Sidney, estimou que a carteira de crédito para esses trabalhadores pode triplicar, passando dos atuais R$ 40 bilhões para R$ 120 bilhões.

O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, explicou que a utilização do eSocial permitirá que todos os empregadores e trabalhadores tenham acesso ao crédito consignado, sem a necessidade de convênios individuais entre empresas e bancos. "A plataforma eSocial é que fará essa integração", destacou Marinho.

A medida busca reduzir as taxas de juros para trabalhadores do setor privado, que atualmente podem pagar até mais de 6% ao mês em crédito pessoal. Com a garantia associada ao crédito consignado, espera-se que essas taxas sejam significativamente menores, proporcionando melhores condições financeiras para os empregados.