A Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (Fiea), por meio do Observatório da Indústria, divulgou o Boletim Econômico de janeiro de 2025, com uma análise detalhada dos principais indicadores econômicos do estado e do cenário nacional. O documento traz dados sobre o mercado de trabalho, inflação, taxa de inadimplência, atividade econômica e balança comercial, oferecendo uma visão abrangente do desempenho econômico alagoano.

Entre os destaques do boletim está o saldo positivo de 1.773 novos postos de trabalho formais em novembro de 2024, impulsionado, principalmente, pelos setores da indústria e da construção civil. O setor industrial, somando indústria de transformação e construção, registrou um saldo positivo de 343 empregos, com um estoque total de 116.164 postos formais. No acumulado do ano, o crescimento foi de 3,96% para a indústria e 9,17% para a construção.

O boletim também aponta que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado nos últimos 12 meses (dez/2024) ultrapassou o limite de tolerância do Banco Central (4,83%), impulsionado, principalmente, pelo aumento nos preços do grupo de alimentação e bebidas. A expectativa é que a inflação encerre o ano de 2025 em 5,5%, trazendo desafios para diversos setores da economia alagoana.

A alta da inflação reduz o poder de compra da população, impactando diretamente o consumo e a demanda por serviços e produtos. Por outro lado, o aumento nos preços dos insumos, como combustíveis e energia, eleva os custos de produção e logística, afetando desde a agropecuária até a indústria e o comércio. Outro ponto importante é que o aumento da inflação pressiona novas altas da Selic, o que representa um problema adicional para o ambiente econômico.

A taxa Selic, atualmente em 13,25% ao ano, tem previsão de atingir 15% em 2025. Esse cenário de juros elevados dificulta o acesso ao crédito, reduzindo os investimentos produtivos e afetando sobremaneira o planejamento empresarial. O impacto é sentido tanto por grandes indústrias quanto por pequenos empreendedores, que enfrentam maiores desafios para financiar projetos de expansão e inovação.

O boletim também aponta que, mesmo com a desaceleração da atividade econômica nacional, Alagoas mantém projeções otimistas. A taxa de desocupação no Brasil segue em tendência de queda gradual, refletindo o impacto de políticas públicas de incentivo ao emprego.

Outro ponto de destaque é o desempenho da balança comercial de Alagoas, que registrou um saldo inicial de US$ 35,2 milhões em 2024. O açúcar e o cobre continuam sendo os principais produtos de exportação, com projeções de crescimento anual de 5% e 10%, respectivamente. As importações também apresentam expansão moderada, com crescimento estimado de 3% ao ano, o que demonstra a competitividade do estado no mercado externo.

O Boletim Econômico do Observatório da Indústria de Alagoas está disponível para consulta no link abaixo e poderá ser acessado diretamente pelo site da Fiea. O documento é uma ferramenta fundamental para empresários, gestores públicos, pesquisadores e demais interessados em compreender o cenário econômico e suas perspectivas para o desenvolvimento de Alagoas.