Com uma eleição majoritária desbotada, Maceió vive em contrapartida uma disputa intensa pelas 27 vagas para a Câmara Municipal de Vereadores. A campanha proporcional tem sido marcada principalmente por um modelo antigo, baseado no “cadastro” (compra de votos), nos favores prestados por institutos de vereadores custeados por dinheiro público (atendendo à população notadamente na área de saúde) e no uso de “cabos eleitorais” remunerados com dinheiro público ou privado.

Mas também há candidatos a vereador que apostam em pautas ideológicas, mobilização comunitária, sindical ou em temas de apelo nas redes sociais. Independentemente de como está a campanha, já é possível fazer projeções da quantidade de vagas que cada partido deve conseguir na Câmara Municipal de Vereadores e quem são os favoritos para ocupá-las.

Como fiz em eleições anteriores, publico e comento os prognósticos de Marcelo Bastos, sempre embasados em informações concretas, como pesquisas eleitorais e outras análises. Normalmente, as projeções de Marcelo estão próximas das minhas.

Nesta semana, ele fez os prognósticos para a Câmara de Vereadores de Maceió. Vou publicar suas projeções, acompanhadas de minha avaliação e comentários. Antecipo, desde já, que o nível de concordância é muito alto, incluindo o cálculo do quociente eleitoral. Se confirmado o prognóstico, PL e MDB farão, juntos, 15 ou 16 dos 27 veradores de Maceió.

Prognósticos

VEJAMOS AS NOSSAS PROJEÇÕES (Marcelo Bastos):

A expectativa é de um quociente eleitoral acima de 16 mil votos. Realizamos nossas projeções com base em pesquisas de consumo interno, desempenho de campanhas passadas dos candidatos, tamanho dos partidos e nas campanhas de rua e nas redes sociais.

Para facilitar, vamos citar nesta ordem: partido, vagas prováveis e nomes mais cotados.

- MDB: Faz quatro, com a possibilidade de cinco. Nomes mais cotados: Zé Márcio Filho, Kelmann Vieira, Joãozinho, Fernando Holanda, Fátima Santiago e Allan Pierre.

- PP: Três ou quatro: Davi Davino, João Catunda, Olívia Tenório e Delegado Thiago Prado.

- Solidariedade: Uma vaga: Silvânia Barbosa.

- PSB: Duas vagas: Milton Ronalsa e Marcelo Maia.

- PDT: Uma vaga: Aldo Loureiro.

- PSD: Uma vaga: Rui Palmeira.

- Podemos: Uma vaga: Samyr Malta.

- Federação Brasil (PT/PV/PCdoB): Duas vagas: Teca Nelma, Silvio Camelo Filho e Charles Hebert.

Minhas projeções (Edivaldo Junior)

Quociente eleitoral: Marcelo prevê mais de 16 mil votos. Considerando o atual número de eleitores (632.812) e o comportamento das últimas eleições em Maceió, minha estimativa é que a abstenção fique entre 15% e 20%. Se isso acontecer, o comparecimento será de 525 mil eleitores. Para se chegar ao quociente, é preciso ainda "tirar" votos nulos e brancos. Considerando os últimos pleitos, isso deve ficar em torno de 14%. Teríamos, portanto, 451 mil votos válidos, projetando um quociente eleitoral de 16,7 mil votos (451 mil dividido por 27).

Para fazer o primeiro vereador, cada partido deve atingir o quociente. Se houver sobras (e sempre há), elas serão disputadas por todos os partidos, abrindo possibilidades para que as legendas que não atingirem o quociente consigam eleger um representante.

Mantenho as mesmas projeções de Marcelo Bastos, “calibrando” alguns prognósticos na quantidade de vagas. Fora isso, a “lista” de Marcelo é muito próxima da minha. Vamos às minhas projeções de vagas:

- PL: Dez ou onze.

- MDB: Quatro a cinco.

- PP: Quatro.

- Solidariedade: Uma.

- PSB: Duas.

- PDT: Uma.

- PSD: Uma.

- Podemos: Uma.

- Federação Brasil (PT/PV/PCdoB): Duas.

Se houver “falha” no PL e baixo desempenho no PP e MDB, Republicanos e União Brasil podem disputar uma ou duas vagas pelas sobras.

Nomes: Qualquer nome fora da lista apresentada por Marcelo será uma surpresa, não só para ele, mas para todos os analistas da política — e para mim também.