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Mãos que fazem arte: conheça tradição do filé do Pontal da Barra
Aos 7 anos, a artesã Edna Andrade dos Santos começou a fazer suas primeiras peças de filé. No bairro do Pontal da Barra, ela e mais de 40 mulheres fazem parte do grupo Rendeiras Unidas do Pontal da Barra, cadastrado na Secretaria Municipal de Trabalho, Abastecimento e Economia Solidária (Semtabes).
Edna aprendeu o ofício de artesã com a mãe. O mesmo ocorre no Pontal da Barra com outras mulheres e crianças, que recebem ensinamentos dos avós, dos pais e das vizinhas. É por meio do artesanato que ela consegue sua renda mensal e conseguiu criar seus filhos e netos.
Ela explica que todo o trabalho começa na rede de pesca. Na história passada de mãe para filha, as mulheres trabalhavam para consertar as redes dos esposos, filhos, netos. Dali se viu que é possível produzir muito mais com o material. “É muito amor e paciência. Tudo começa na rede, depois vai para o tear, depois para a confecção do filé mesmo, com a montagem das peças. E ficamos muito felizes quando as pessoas passam e gostam. É tudo feito à mão mesmo”, conta a artesã.
O Grupo Rendeiras Unidas do Pontal da Barra está presente nos pontos de exposição e comercialização da economia solidária disponibilizados pela Semtabes. “Hoje o filé é renda para muita gente. Estamos entre as fundadoras da Economia Solidária em Maceió. E, quando a gente começou, não tinha essa divulgação, não tinham tantos espaços, nem esse empenho de trabalho que hoje temos com a Semtabes”, conta a artesã.
A Prefeitura, através do trabalho realizado pela Secretaria, tem conseguido ampliar os espaços de comercialização na capital. “Temos um carinho especial pelos grupos de economia solidária, principalmente com os artesãos. Tudo está sendo feito de maneira estratégica, pensando em melhorar as vendas delas, além de pensar na questão cultural da economia solidária em Maceió”, disse o titular da Semtabes, Ricardo Lessa.
Dia do Artesão
É com a convicção de que novos caminhos estão sendo traçados, que Edna e outros artesãos ligados à Semtabes afirmam ter o que comemorar no dia 19 de março, o Dia do Artesão. “Com a Economia Solidária da Semtabes, nós temos mais espaço e mais compromisso com nossas companheiras. Todos os dias estamos firmes e fortes. Sabemos trabalhar, produzir e comercializar. Foi-nos dada uma visão de trabalho que trouxe renda para nossa comunidade”, afirmou Edna.