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Indígenas alagoanos participam de evento nacional em Brasília

Por Agência Alagoas 26/04/2017 11h11
Indígenas alagoanos participam de evento nacional em Brasília

Quarenta lideranças indígenas alagoanas participam desta terça (25) até sexta-feira (28), em Brasília, da maior mobilização de povos e organizações indígenas do país denominada Acampamento Terra Livre (ATL 2017). O movimento encontra-se na sua 14ª edição e tem como tema central ‘Unificar as lutas em defesa do Brasil indígena’.
 
A delegação indígena de Alagoas conta com o apoio logístico do Governo do Estado, por meio do Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas (Iteral) e a Gerência de Articulação Social do Gabinete Civil.
 
O diretor-presidente do Iteral, Jaime Silva, afirmou que, desde o início da sua gestão, ampliou o diálogo com os indígenas e apoia os debates que defendam as políticas de manutenção dos direitos e valorização da cultura indígena em Alagoas.
 
“Esse é um espaço para exaltar o protagonismo, o intercâmbio cultural e a democratização das discussões. Por isso, eles têm todo o nosso apoio para o deslocamento até o evento e possam representar dignamente o nosso Estado”, destacou Jaime Silva.
 
A assessora técnica do Núcleo Quilombolas e Indígenas do Iteral, Leone Manoel da Silva, afirmou que a delegação alagoana encontra-se bem diversificada, com líderes de nove povos indígenas: Geripanko, Kalanko, Karapotó Terra Nova, Karuazu, Katokinn, Pankararu, Tingui Botó, Wassu Cocal e Xucuru Kariri.
 
Eles também integram a Articulação dos Povos Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espi?rito Santo (Apoinme) que, juntos, alinharão suas necessidades e especificidades.
 
Para Maria das Graças Soares de Araújo, a Nina Katokinn, a contribuição do Governo de Alagoas é essencial para garantir a participação e fortalecer a organização. “Para nós, essa parceria é muito boa, porque já é o segundo ano que a gente recebe o apoio do Iteral para que essa viagem aconteça. A gente não tinha condições de ir e, com esse apoio, poderemos discutir as nossas questões. Esse evento é muito importante, porque é um momento para unificar as nossas propostas e os povos indígenas só têm a crescer e fortalecer sobre a política indigenista”, destacou a cacique da Aldeia Katokinn localizada no município de Pariconha.
 
A atividade e? uma realização da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) e reunirá cerca de 3 mil pessoas, entre representantes de aldeias e povos indígenas, convidados, autoridades políticas e profissionais da imprensa. 
 
Na programação constam palestras, grupos de discussão, atividades culturais, marchas, atos públicos e audiências com autoridades dos três Poderes sobre a paralisação das demarcações indígenas; a tese do ‘Marco Temporal’, que considerava terra indígena as áreas que estavam em posse das comunidades indígenas na data de promulgação da Constituição de 1988; os empreendimentos que impactam negativamente os territórios indígenas; a precarização da saúde e educação indígenas diferenciadas; dentre outros.
 
Outro ponto em destaque será a apresentação da Relatoria de Direitos Humanos e Povos Indígenas da Plataforma de Direitos Humanos (Dhesca Brasil), que reuniu em um só documento três relatórios: o relatório da missão ao Brasil da relatora especial da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre os direitos dos povos indígenas; o Relatório do Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) sobre a situação dos povos indígenas no Sul do Brasil e o Relatório da Coalizão de Defesa dos Direitos Indígenas para a Revisão Periódica Universal (RPU/ONU).