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Festival de música autoral homenageia o mestre Nelson Rosa
O cenário cultural de Arapiraca vive um momento de muita criatividade, sobretudo, na música autoral.
Prova disso foi a realização neste final de semana, nos dias 15 e 16, do festival Avenida do Futuro. O evento aconteceu no Baco Pub, que abriu as portas para seis bandas da terra mostrarem seu potencial artístico.
Capona, Janu, Gato Negro, Ítallo, Casa da Mata e Quiçaça deram um banho de água quente na noite fria arapiraquense, com canções expressivas em diferentes estilos musicais, indo do reggae rural, passando pelo samba-rock e esbarrando no pós-grunge psicodélico.
O público confiou no formato do evento, compareceu em peso e pôde ver dois momentos em homenagem ao mestre Nelson Rosa, embolador, cantador de coco e Patrimônio Vivo da Cultura de Alagoas que faleceu no primeiro dia do festival.
Janu reverenciou o incentivador cultural no meio de seu show, puxando as palmas do público, e dedicou sua apresentação a ele, já que Nelson tanto fez pela cultura local e levou o coco para todo o Brasil – no ano passado, ao lado das destaladeiras de fumo do sítio Fernandes, zona rural de Arapiraca, o mestre realizou mais de 200 performances em teatros e praças Brasil adentro pelo projeto Sonora Brasil, do Sesc.
No segundo dia do Avenida do Futuro, foi a vez da banda Quiçaça, que tem claras referências em suas letras e melodias ao homem do campo e suas pelejas diárias.
O grupo de reggae rural trouxe para o palco chocalhos e fez um coco improvisado, com a voz gravada de Nelson ao fundo, na megaestrutura de som montada no Baco Pub.
“A plateia caiu na dança e sentiu o peso do trabalho e do legado do nosso Patrimônio Vivo da melhor maneira possível. Ele queria ver isso aqui: os públicos se unindo pela boa música e a manutenção da nossa cultura-raiz”, diz o músico arapiraquense Janu.