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8° Bienal Internacional do Livro acolhe e incentiva futuros escritores e ilustradores
Seja por causa das promoções, palestras ou até encontro com autores, os alagoanos estão indo a 8° Bienal Internacional do Livro. O evento segue até este domingo (8), com um público estimado de 200 mil pessoas. Dentre eles estão uma parcela de alagoanos que olha para os livros de um jeito diferente.
A estudante de jornalismo Marta Moura é uma delas. Está é a terceira bienal da universitária. Em 2015, ano da última edição, ela publicou seu primeiro livro de forma independente. Marta acreditava que sua obra não tinha ‘porte’ para estar no evento. “Eu tive medo de tentar expor meu livro naquela Bienal. Medo de não conseguir”, disse.
A Secretaria de Estado da Cultura (Secult), por meio da Imprensa Oficial Graciliano Ramos, abriu este ano inscrições para a exposição de livros em seu estande na Bienal. E é onde o livro infantil de Marta ‘Sô Cabra Macho, Sim Sinhô’ está sendo exibido.
“Ver minha obra ao lado das de outros escritores alagoanos me deu vontade de escrever mais. A sensação foi melhor que a do lançamento. Tive vontade de chorar. Espero que na próxima esteja já com outro livro”, disse a jovem escritora.
Olhar para as capas dos livros, vislumbrando o futuro é algo comum para a pedagoga Cinthia Gabriela. Depois de passar por um quadro de depressão, ela se apegou à arte e, agora, quer vivê-la como profissão. Cinthia foi à Bienal para procurar livros sobre desenho e, principalmente, para uma oficina de produção literária e ilustração, promovida pelo Sesc Alagoas.
“Tenho muita vontade de ilustrar livros, mas entendo que é algo complexo. A oficina me fez pensar que é possível”, conta.
O Sesc Alagoas levou para essa edição do evento oficinas, palestras e sarais voltados para futuros ilustradores e escritores iniciantes. O analista de literatura do Sesc Alagoas, Guilherme Ramos, explica que a programação ofertada proporciona um curso de teoria e prática aos interessados.
“Aquele que é só leitor se interessa mais em ler e quem é escritor vai começar a perceber técnicas e situações. Mostramos para o curioso da literatura que ela pode ser muito divertida para quem quer ler e escrever”, disse.
A Imprensa Oficial Graciliano Ramos também deu uma atenção especial aos ilustradores este ano. Pela primeira vez lançou um edital da coleção infantil Coco de Roda para a área. Os seis livros da coleção foram lançados na Bienal.
Além de lançar o edital de Obras Literárias 2018 durante o evento, a partir deste ano, a Imprensa Oficial Graciliano Ramos vai realizar o processo de inscrições exclusivamente pela internet, a pedido da comunidade literária alagoana. A projeção é que o número de inscritos, no mínimo, triplique.
De acordo com a coordenadora editorial da Imprensa Oficial, Patrycia Monteiro, o intuito é facilitar a vida dos alagoanos que moram em outros lugares e, ainda, economizar o dinheiro da impressão.
A nutricionista Lisley Nogueira já se inscreveu no edital em outros anos e pretende tentar novamente. Ela apoia a mudança. “Não precisar levar o material físico vai facilitar muito para as pessoas que trabalham e ainda ajuda na questão ambiental”, avalia.
Lisley é uma escritora iniciante que tem trabalhos publicados em coletâneas digitais e acaba de lançar seu primeiro livro físico com outras alagoanas, o ‘Cartas Maiores’. A obra é organizada pelo coletivo Ignoto Projeto Literário.
“Passar dez dias em uma atmosfera voltada para escrita e leitura é fundamental. Acho que a Bienal é um evento indispensável para o Estado. Para pessoas que estão iniciando e têm pouco experiência a programação está excelente”, complementa.