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Chá de Memória traz debate sobre a escravidão em Alagoas
O professor da Universidade Federal de Pernambuco Marcus Carvalho foi o palestrante do Chá de Memória especial de outubro. O evento abordou a escravidão e suas particularidades, ao longo da história de Alagoas e do Brasil.
Durante a palestra, Marcus traçou uma linha cronológica, desde os primórdios dos tempos até os dias atuais, e falou da evolução do processo de escravidão.
Também abordou os motivos que levaram os donos de escravos a desenvolver uma relação de domínio com os negros e explicou o que isso tinha a ver com o capitalismo.
“O principal motivo para o processo de escravidão foi o cultivo da terra, porque fazia gerar o domínio e o capital", explica o professor.
Outro ponto que despertou o interesse dos participantes foi a escravização infantil, que existiu de forma intensa nos séculos XVIII e XIX.
"Os senhores de engenho não tinham preferência por crianças muito pequenas, pois a taxa de mortalidade entre elas era muito mais alta. Em compensação, eram muito mais baratas", conta o palestrante.
O secretário-chefe do Gabinete Civil, Fábio Farias, falou da importância de discutir o tema nos dias atuais.
"Nossa ação tem como objetivo despertar uma visão crítica e reflexiva sobre o processo de escravidão. Queremos fazer com que os alagoanos tenham uma visão mais crítica do processo, no sentido de refletir uma luta contínua no processo de inclusão social", enfatiza o secretário.
O evento aconteceu dentro do VIII Encontro Internacional Escravidão & Mestiçagens, que segue até esta quarta-feira (01), no Arquivo Público de Alagoas.
A diretora do Arquivo Público de Alagoas, Wilma Nóbrega, faz questão de convocar a sociedade para prestigiar o evento. "Teremos um último dia de muita discussão envolvente, rica e esclarecedora sobre nossas raízes", finalizou.
Quem é Marcus Carvalho?
Marcus Joaquim de Carvalho é professor titular de História da Universidade Federal de Pernambuco, PhD em História pela University of Illinois at Urbana-Champaign, Mestre em História pela Universidade Federal de Pernambuco (1986) e atuante na discussão da escravidão.
Ele ensina cadeiras de História do Brasil, História das Américas, História da Escravidão e História da África, atuando principalmente nos seguintes temas: escravidão e tráfico de escravos, e a História Social do chamado "Ciclo das Insurreições Liberais do Nordeste".