Depois de percorrer uma estrada que já soma trinta anos de experiência com a música, Basilio Seh chega ao quinto trabalho da carreira amadurecido pelas convicções que carrega.

Trajetória

Estreando o CD “Oco do Mundo”, álbum que reinterpreta elementos característicos do Nordeste numa viagem imaginária de locomotiva, despertou a atenção de formadores de opinião. A produção sonora do filme documentário “1912 O Quebra de Xangô”, veio em seguida dando base para o álbum “DNA Caeté”, que mais precisamente insinua uma discussão sobre o legado da cultura Afrodescendente no Brasil. Já “Urubuano”, DVD que tem o repertório mesclado com obras dos dois primeiros trabalhos (Oco do Mundo e DNA Caeté), mostra uma prática performática do artista delineando um voo musical, onde o mesmo diz ter desenvolvido a partir de observações semiológicas sobre o voo do urubu. “Boca de Sapo”, um CD de cunho pedagógico, direcionado para o educador que atua nas séries iniciais, foi produzido a partir de oficinas de educação musical com alunos da escola municipal Hermínio Cardoso em Fernão Velho. Finalmente, “Rádio Cabeça”, um CD sugestivo para ser ouvido e vivido por todo o público, principalmente àqueles que apreciam a cultura artística de um povo.

Sobre o artista

 Basilio Seh, homem simples vindo do sertão pernambucano ao baixo São Francisco alagoano, não exibe maiores pretensões que não seja contribuir com o seu trabalho para o melhoramento sociocultural das pessoas que o acompanha. Ainda criança, iniciou os estudos musicais na cidade de Traipu e de lá fixou residência em Maceió, onde vive até hoje. Além de seu trabalho com a música, insere-se também na área de educação como professor de História e de Música, as quais fornecem fundamentos para o desenvolvimento de sua produção. 

Rádio Cabeça

Quanto ao trabalho atual - Rádio Cabeça - produzido pela Solista Musical Produtora, mediante aprovação do projeto no prêmio Eris Maximiniano, edital 2015 promovido pela Fundação Municipal de Cultura de Maceió como incentivo a trabalhos artísticos, caracteriza-se pela simplicidade, alegria, ingenuidade, romantismo, autenticidade acima de tudo na sua forma de ser e se jogar para o ouvinte. De espírito popular, mas sem perder as vertentes orquestrais ousadas do autor, todo o processo de construção do disco se deu de modo à experienciar o lúdico num complexo de linguagem para daí, então, se chegar a uma audição leve. Melhor dizendo, o desafio foi trabalhar elementos característicos de outras culturas como também a utilização de recursos técnicos musicais não comuns ao meio sem perder de vista o foco do objeto (trabalho popular).

Tematicamente, o disco trás um assunto bastante comum, mas que poucos percebem sua importância diante o convívio social. Trata-se dos sons, das melodias que ficam guardadas no subconsciente do sujeito e que de alguma forma são externadas independentemente da vontade daqueles que cantarolam por aí. Com base nisso, Basilio Seh recriou o ambiente sonoro do disco simulando uma programação radiofônica fictícia, onde o ouvinte é o próprio indivíduo que cantarola inconscientemente suas melodias em qualquer lugar.

O evento

Para o espetáculo de lançamento, dois momentos distintos e dinâmicos entre si foram pensados, de modo a serem pautados com músicas vocais, performance teatral e um cenário à base de iluminação. O primeiro momento, de caráter mais artístico, está acentuado com interpretações das músicas propriamente ditas do CD Rádio Cabeça. No segundo, o espetáculo ganha caráter festivo, mais descontraído, que terá início com uma intervenção performática para sorteio de brindes. Todavia, vale salientar que o espetáculo como um todo se passa num clima de descontração, de forma a proporcionar ao público presente um bom momento de audição da música popular brasileira.

O show acontecerá no dia 14 de dezembro, no teatro de Arena Sérgio Cardoso, anexo do teatro Deodoro, a partir das 19 horas. O ingresso está sendo vendido no local ou pelo site: diteal.al.gov.br e custa R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia). A ficha técnica está composta por Basilio Seh: voz, violão, flugel e direção musical; Wagner Accioly: teclado; Alan Rudney: contrabaixo; Jarlandson Araújo: Bateria; Pierre d’Almeida: direção artística.