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Projeto Relix realiza exposição em homenagem a catadoras em Maceió
O projeto Relix, que discute sustentabilidade através da educação, arte e tecnologia, chega ao momento de sua grande homenagem às catadoras de lixo: a exposição RELIXX A Força Cromossômica Feminina Por Uma Vida Sustentável. Com retratos de catadoras de dois estados - Alagoas e Pernambuco, a exposição entra nas casas e no mundo dessas mulheres que tanto contribuem com a reciclagem.
A exposição fica em cartaz no Espaço Pierre Chalita (Pça Manuel Duarte) até o dia 23 de dezembro. Idealizada por Lina Rosa Vieira e Sérgio Xavier, o projeto Relix tem patrocínio do Sesi Alagoas.
“Se o concretista escreveu 'lixo' com a repetição do 'luxo', essas mulheres escreveram 'luxo' com a repetição do que encontraram no lixo. Quando o Relix surgiu, uma das inquietações era retirar da invisibilidade social mulheres fortes e tão importantes para a cadeia sustentável do nosso estado: catadoras cheias de histórias e sonhos, mas que vivem uma realidade bruta para sustentarem suas famílias”, observa Lina Rosa Vieira, idealizadora do projeto Relix, da exposição e que também assina os textos da montagem. As fotografias são dos renomados Beto Figueiroa e Helder Ferrer, ambos pernambucanos.
As personagens compõem a exposição junto com suas histórias de luta, sempre amparadas pela coleta seletiva. Mulheres como Ada, 27 anos, que chegou ao lixão bebê, junto com a mãe Silvania. Moram na mesma casa e criam a família juntas do sustento do lixão. O pai está preso e a energia da casa é forte e feminina. Ada é vaidosa e tem orgulho do que acha e recicla. “Adoro minhas pratas, não vendo nadinha. Às vezes a gente achava tudo organizadinho, dentro de uma bolsinha, parece que a pessoa já botava no lixo pra alguém achar mesmo", relata.
Ijanete, depois que o Relix passou por Maceió, ficou cada vez mais empoderada e, de catadora independente, virou associada de uma cooperativa e melhorou seu ofício: “Eu catava latinhas na rua, com as crianças, para sobreviver. Hoje, é meu sustento e tenho muito orgulho do meu trabalho”.
Além da exposição, o projeto segue com sua temporada de espetáculos nas escolas e indústrias de Alagoas. Em cena, teatro de formas animadas, seis atores e muita música para contar de forma lúdica e educativa uma história sobre pessoas comuns que se tornam heróis da sustentabilidade, despertando o interesse das crianças e jovens pelo tema.
RELIX
A iniciativa multidisciplinar e orgânica, integrada com arte, música, teatro, fotografia, mobilidade, educação ambiental, redes sociais, tecnologia e direitos humanos, circula até fevereiro por todo o estado para alertar sobre a problemática do lixo. O Relix se posiciona como um ponto de partida para que a população repense a maneira que lida com lixo, não só no âmbito coletivo, mas no comportamento do indivíduo. Cada pessoa, comunidade ou indústria pode ser sensibilizada para se integrar como agente de reestruturação.
"Numa referência ao lixo em latim (lix, significado de cinzas), Relix é Recusar, Repensar, Reciclar, Reduzir e Reutilizar o lixo. Ressignificar transformando o conceito de lixo por meio da arte, relíquias, para provocar mudanças de comportamento que conduzam a resultados mais eficientes e confirmem o estabelecimento da nova e necessária tendência ao lixo zero. Ainda distante, mas é preciso começar", diz a idealizadora. "A cada performance cultural, com público formado por estudantes ou trabalhadores da indústria, se constrói uma nova consciência ambiental, na nossa casa, mas também na rua, trabalho, cidade".
SERVIÇO:
Exposição RELIXX - A Força Cromossômica Por Uma Vida Sustentável
Espaço Pierre Chalita - Pça Manuel Duarte, 77 Pajuçara
Até 23/12
Horário de visitação: Terça a domingo, das 9h às 17h
Entrada franca