Entretenimento
Você comanda as ações em Black Mirror: Bandersnatch
O anúncio que a série "Black Mirror" ganharia um filme interativo chamou a atenção do público, que aguardou ansioso a estreia do longa no catálogo da Netflix.
Bem, após conferir a experiência "Bandersnatch" (2018) chego a conclusão que a produção ficou refém de sua proposta.
A série, que ficou conhecida e ganhou fama ao apresentar futuros distópicos, baseados nos rumos que estamos tomando com o uso desenfreado da tecnologia nas nossas vidas, criou a necessidade de sempre surpreender o espectador com novas ideias e re-imaginações.
De fato, a opção de oferecer um conteúdo interativo em que o público pode escolher o destino dos personagens e o desfecho da história, é interessante, mas não pode ser o único chamariz a nos atrair.
A trama, que traz um jovem programador de videogames às voltas com sua primeira e grande oportunidade no mercado, traz menos camadas do que o esperado. A mensagem sobre livre arbítrio, imposições, alienação e falta de controle sobre o próprio destino já foi melhor trabalhada em longas como "Matrix" (1999) e "O Show de Truman" (1998), por isso a sensação de mais do mesmo.
Entretanto, o conceito apresentado pode abrir portas para enredos mais inspirados e quem sabe um novo nicho cinematográfico esteja começando. Dessa forma, "Bandersnatch" vale a viagem, que até diverte em alguns momentos, quando a metalinguagem toma conta e parece que nós é que estamos sendo vigiados.
Talvez estejamos mesmo...
Ps.: O filme tem vários finais, a depender das escolhas que você fizer no decorrer da trama.