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Projeto Chá de Memória reúne público recorde para sua 29ª edição
O Projeto Chá de Memória – coordenado pelo Arquivo Público de Alagoas (APA), órgão vinculado ao Gabinete Civil do Estado – chegou a sua 29ª edição na terça-feira (19) com uma presença maciça de público, registrando uma das maiores frequências de pessoas desde que o projeto foi lançado, em 2017.
De acordo com a superintendente do APA, Wilma Nóbrega, o interesse do público pelo projeto tem aumentado a cada edição e ratifica o objetivo do Chá de Memória. "Foi gratificante realizarmos mais uma edição do projeto e observarmos a excelente frequência nesta edição, ficando até mesmo gente em pé, o que confirma o objetivo do Chá: aproximar cada vez mais as pessoas do Arquivo Público e da história de nosso Estado, com a promoção de palestras e debates e verificarmos o interesse cada vez maior das pessoas”, destaca Wilma.
A média de frequência na maioria das edições ficou entre 70 e 80 pessoas, mas, nesta 29ª edição, superou a marca de 100 pessoas, lotando o auditório do APA, localizado no bairro de Jaraguá.
As empresárias Maristela Rocha e Eronete Cavalcante prestigiaram o Chá de Memória pela primeira vez e são exemplos desse interesse: “Fiquei encantada com tema discutido, além de conhecer as instalações do nosso Arquivo Público”, disse Maristela Rocha. “Achei muito bacana e também pretendo voltar outras vezes”, completou Eronete Cavalcante, ao elogiar o acervo e a galeria dos ex-governadores, instalada no APA.
Tema foi abordado pelo renomado Sávio de Almeida
Nesta edição, o tema do Chá de Memória foi “População de Alagoas no Século XIX”, tendo como convidado o professor-doutor Luiz Sávio de Almeida - graduado em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade Federal de Alagoas (1965), mestrado em Educação pela Michigan State University (1973) e doutorado em História pela Universidade Federal de Pernambuco (1995) - que fez ainda o relançamento de sua obra "A formação histórica de Alagoas", além do relançamento de mais dois livros: o do escritor Amaro Hélio Leite da Silva, que trata sobre um grupo de estudos da questão indígena, e de Luciano Verçoza, que aborda a vida do trabalhador na cana de açúcar em Alagoas.
Almeida discorreu sobre os dados quantitativos da história do negro em Alagoas e fez contraponto no que foi oficialmente publicado sobre o assunto desde a época dos presidentes de Província, datado de 1872. “Eu precisava discutir os números como discurso", destacou Sávio de Almeida, ao ressaltar a iniciativa do Chá de Memória. "Acredito que a ótima presença das pessoas mostra que o Arquivo Público está sendo dinamizado e a diretora do Arquivo, Wilma Nóbrega, tem muito mérito nesse viés", completou Almeida.
O Projeto Chá de Memória chegou à sua 29ª edição atraindo um número significativo de intelectuais, estudantes e profissionais de várias áreas. Recentemente, por conta dos 57 anos completados pelo APA, houve o lançamento do catálogo de um dos acervos fotográficos mais valiosos com as imagens do fotógrafo Luiz Lavenére, cujos negativos em vidro são únicos e pertencem ao Arquivo Público, agora, disponíveis para os alagoanos.
Além de promover debates e discutir os aspectos históricos de Alagoas, o Arquivo Público também avançou no sentido tecnológico e de abertura da pesquisa, com um avanço no fomento à pesquisa e a implementação de uma política permanente de conservação, preservação e restauro de seu acervo.