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Fotografia e suas significações na era das redes sociais
A fotografia já passou por muitas transformações, desde o seu nascimento até os dias de hoje. A primeira fotografia a ser registrada foi por volta de 1825, pelo francês Joseph Niepce. Foram mais de 8 horas, para o registro fotográfico. As técnicas e estética para uma boa imagem, passavam longe da fotografia colorida e de alta qualidade, que hoje temos acesso.
Uma câmera fotográfica por muito tempo foi um instrumento caro e de pouco acesso, mas hoje em dia com a propagação da foto digital e com os Smartphones com câmera, a fotografia tornou-se acessível.
Para Graciele Oliveira que trabalha com fotografia, a fotografia é uma arte que permite a eternização de momentos que se passaram “Fotografia é arte. Fotografia é poder. Uma arte que detém o poder de congelar momentos, sorrisos e eternizá-los, desvendar segredos, promove interpretações”, afirma.
Vivemos em um momento em que o imediato é o que importa, e não seria diferente com a fotografia, estamos cercados delas, em todos os lugares, mais especificamente no mundo virtual. O que antes poderia demorar horas para um registro, hoje é questão de segundos.
Essas transformações acabam mudando a forma de como enxergamos os registros dos momentos de nossas vidas. E a exposição desses momentos também são selecionados a dedo, por cada um de nós.
Jessica Viturino, estudante de jornalismo fala sobre sua relação com a fotografia “Quando vou para um lugar que eu nunca fui, algo novo, gosto de mostrar o lugar que estou, mas tirando isso, gosto mesmo de registrar os momentos”.
As redes sociais como Instagram e Facebook, são aplicativos que possibilitam a aparição do indivíduo, e a proliferação fotográfica, permite essa propagação. O exibicionismo tem tomado conta de nossa era, pois proporciona de forma muita prática a promoção da própria imagem, que na maioria das vezes é registrada intencionalmente.
Samuel, que utiliza há pouco tempo o Instagram, fala sobre sua visão a respeito da fotografia e o mundo virtual “As redes sociais obviamente tornaram a fotografia algo banal, chegando ao ponto que hoje em dia fotografia não é mais uma forma de guarda uma recordação, mas uma forma de se expor para aumentar a própria satisfação, numa tentativa de ser aceito, admirado. Quando as pessoas postam fotos, aguardam ansiosamente as curtidas, chegando ao ponto de se frustrarem se suas fotos não tiverem muitos likes”, declara.
A quem diga que a fotografia continua com o mesmo intuito, que é guardar o momento, armazenar uma lembrança. Contudo, essa nova era tecnológica possibilitou a popularização das câmeras que hoje podem ser encontradas nos Smartphones, além do acesso aos aplicativos de interação social, que são bombardeados por imagens. Com toda essa acessibilidade, as pessoas acabam buscando incansavelmente promover a própria imagem, por meio de postagem fotográfica constante, ou seja, a fotografia perde a essência do momento e passa a ser um espetáculo que precisa ser assistindo e o famoso “like” é a retribuição.
Graciele, cita sobre a proliferação da fotografia, e afirma que mesmo com todo o acesso que as pessoas têm hoje em dia, a essência muita das vezes acaba sendo esquecida, mas mesmo assim a importância do fotografar, continua o mesmo “A fotografia, o ato de fotografar é único, são momentos únicos, cada clique é único. Fotografar pode até parecer um ato banal, por ser algo que faz parte do dia a dia das pessoas, e acaba perdendo um pouco da sua essência enquanto arte. Sentimentos é a palavra. A fotografia é uma onda de sentimentos”, afirma.
Mas o que de fato a fotografia representa? Apenas uma exibição? Ou a lembrança de determinada fases que merecem ser recordadas?
O que se pode entender é que de alguma maneira, todo esse acesso que permite o ato de registrar o momento, pode ter ganhado outras significações, mas ao mesmo tempo continua sendo a forma mais eficaz de congelamento das lembranças que podem ser armazenados, e recordados. Não importa o que de fato a fotografia representa, podendo ser apenas uma lembrança ou uma exibição do eu, o que importa é que ela sempre tem algo a dizer, mesmo que não diga nada.
Fonte: Lab dicas jornalismo/Izabel Lopes