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Vídeo conta história da bailarina Maria Emília Clark
“Arte longa, vida breve. Este é um pensamento de Hippocrates que eu carrego comigo em todos os finais de nossos espetáculos. Eu acredito que o artista, as crianças, os seres são condutores de luz e de energia. Nós fazemos aqui um trabalho de dança a serviço da educação, ballet clássico como meio condutor de formação e trabalhos coreográficos diversos. Eu acredito que precisamos investir, apoiar essas crianças. O caminho é a educação, é a cultura, é a formação”.
Essa é uma das frases da bailarina, coreógrafa, diretora e professora Maria Emília Clark no vídeo produzido pela Diretoria de Teatros do Estado de Alagoas Diteal). A produção audiovisual disponível nas redes sociais, site diteal.al.gov.br e pelo e pelo canal no YouTube do Teatro Deodoro, conta história da bailarina Maria Emília Clark e do projeto em parceria com a instituição.
“A Maria Emília Clark é uma grande parceira da Diteal em um importante trabalho de formação de bailarinos e de cidadãos, por meio da dança. O projeto Ballet a Serviço da Educação já atendeu a centenas de alunos da rede pública de ensino, despertando para o amor às artes, para o exercício da cidadania e criando oportunidades para quem não tem condições de pagar aulas. É uma satisfação poder contar um pouco dessa história”, pontuou a diretora presidente da Diteal, Sheila Maluf.
O vídeo começa com uma coreografia produzida pela bailarina que dialoga com o Teatro Deodoro, desde o foyer, passando pela entrada, plateia e tendo seu ponto alto no palco centenário, com trilha de Ennio Morricone e Dulce Pontes, em homenagem ao Brasil, e segue com depoimentos do Alexandre Holanda, gerente artístico e cultural da Diteal, pais e alunos do projeto Ballet a Serviço da Educação, além de trechos de espetáculos apresentados na casa.
“Nós dividimos com vocês mais uma das ações muito importantes que são realizadas dentro do Complexo Cultural multifuncional Teatro Deodoro. Vamos falar de um projeto muito importante para casa, social, de dança, que nós realizamos desde 2016 e que vem tendo continuidade. A gente percebe a intensidade do resultado positivo e glorioso que estamos alcançando. Nós temos uma grande parceira, a Maria Emília Clark”, conta Alexandre Holanda.
Segundo Alexandre, eles iniciaram no projeto com 30 crianças, de oito a 14 anos, que comprovaram estar matriculadas na rede pública de ensino. A cada ano, a culminância de aulas era um espetáculo no Teatro Deodoro, dentro da programação do aniversário da casa centenária.
“A gente tem muito a agradecer a essa bailarina, essa mulher que usa da sua arte, do seu ofício, uma ferramenta, uma possibilidade para se doar para os outros, para proporcionar um mundo mais justo, de mais oportunidades. A gente aproveita o momento para agradecer a disponibilidade dessa mulher, artista, profissional das artes do estado de Alagoas, da grande bailarina Emília Clark, que tem sua escola de dança e companhia, mas mesmo assim, arrumou tempo para se doar a um projeto social. Emília Clark hoje já soma 44 espetáculos no repertório da sua companhia/ escola de dança, e quatro realizados conosco. Então, é uma carreira louvável, brilhante. Espero que essa parceria siga com uma vida fértil e nós tenhamos por muito tempo essa realização dentro da instituição pública, do estado, da Diteal, que tem como matriz o nosso Teatro Deodoro. Muito obrigado, Emília Clark”, concluiu o gerente da Diteal.
Entre os depoimentos dos pais e alunos do projeto Ballet a Serviço da Educação, a estudante Ramona Lins acrescenta: “Esse projeto é de extrema importância, pois traz oportunidade aos alunos de escola pública de ter aulas de ballet. Lá, temos contato com o ballet, aprendemos a técnica, música, dança e isso é muito importante. Mas, vai além disso, porque no prédio, onde fazemos aula, sempre tem exposições de arte, de diferentes artistas e estilos. Sempre temos contato com arte visual e a nossa professora faz questão que nós prestemos atenção, nos identifiquemos com algumas obras e desenvolvamos opiniões. Sem falar que toda aquela discussão entre nós alunos e a professora, sobre cultura alagoana, brasileira, no geral, ela sempre pede que nós pesquisemos sobre os artistas. Enfim, esse projeto nos dá oportunidade de ter contato direto com vários tipos de cultura e isso que é legal, pois, além de termos apresentações todos os anos e, isso também é importante, também podemos ter acesso à arte, fundamental na vida dos seres humanos. Pra mim e para todos os alunos, só faz bem”, relata.
Representando os pais, a mãe Brenda Bourdon afirma: “O projeto é importante para o estado porque contribui para a arte e cultura e também pela inclusão dos alunos de escola pública nesse processo. Outra coisa fundamental é a questão do desenvolvimento físico e mental dos alunos. Com as minhas filhas, percebi a mudança de comportamento, nos estudos, autoconfiança, autoconhecimento, o projeto só veio para somar”, observa.
As alunas irmãs Sarah Santos e Deborah Santos também deixaram seus depoimentos. “Nós somos muito felizes e honradas por fazer parte desse projeto. Estamos lá há cerca de cinco anos. Lá, não aprendemos somente o ballet, mas também francês, história da dança, do teatro, entre outros... Infelizmente, não podemos estar juntos presencialmente, esperamos que isso tudo passe, porque o ballet é a nossa felicidade”, dizem.
O vídeo também conta com os depoimentos da aluna Alícia Melo, de Fábio dos Santos, pai da Clarisse Francially dos Santos e finaliza com a Maria Emília Clark.
“Em todos os nossos trabalhos, voltados para as crianças no complexo, elas estudaram Ennio Morricone, temos palestras, textos, desenhos... Então, nada mais plausível do que trazer uma trilha de Ennio Morricone, compositor fantástico, escritor, mais de 400 partituras. Construir esse momento (gravação no teatro) é uma forma de nos colocarmos em pé, uma força para nós artistas continuarmos. Estar aqui significa assumir a energia do bem de quem nos propõe bem. A ideia de fazer essa performance foi de sentir o poder da dor da ausência e da presença, de Dinho Oliveira (sonoplasta, falecido em abril, deste ano), de todas as pessoas, da criança que vem aqui, os projetos voltados nas quartas e quintas-feiras, o teatro aberto... O caminho que foi essa coreografia, de chegar lá no palco e encontrar uma luz, onde a gente só tem no momento um caminho: agradecer, rezar e pedir a paz de todos. Eu tenho um grande prazer de estar aqui com vocês”, conclui Maria Emília Clark.