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Últimos dias da exposição J. Borges - O Mestre da Xilogravura no Complexo Cultural Teatro Deodoro
A mostra, selecionada em edital, apresenta 40 xilogravuras, além de cordéis e uma videobiografia, de um dos maiores artistas brasileiros
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A galeria de artes visuais do Complexo Cultural Teatro Deodoro se despede de mais uma grande exposição. A mostra J. Borges – O Mestre da Xilogravura se aproxima do fim de sua passagem por Maceió. As visitas podem ser feitas até o dia 14/01/2022 e a entrada é gratuita.
A mostra está aberta a visitação todos os dias. De segunda a sábado, o horário vai das 8h às 18h, e, aos domingos e feriados, das 14h às 17h. As visitas guiadas em grupos de escolas e instituições sociais devem ser agendadas pelo telefone: (82) 3315-5660/ 98884-6885 ou pelo e-mail: [email protected].
Natural de Bezerros, José Francisco Borges, conhecido artisticamente como J. Borges, é um mestre na arte da Xilogravura, tanto que lhe rendeu o título de “Patrimônio Imaterial de Pernambuco”, tendo obras suas expostas para várias partes do mundo. O artista é considerado pelo escritor Ariano Suassuna como o “melhor gravador popular do Brasil”.
A exposição, que apresenta grandes obras do artista, foi selecionada no edital da Diretoria de Teatros do Estado de Alagoas (Diteal) para ocupação da Galeria de Artes do Complexo Cultural Teatro Deodoro.
Com curadoria de Ângelo Filizola, a exposição já percorreu seis cidades brasileiras: São Paulo, Brasília, Salvador, Fortaleza, Recife e Curitiba. A mostra traz uma coletânea de 40 xilogravuras, sendo 10 inéditas com suas matrizes, em outras palavras são as telas base, na madeira, onde o artista grava as imagens antes de mandar para a impressão. A produção geral é da empresa Cactus Promoções e Produções Eireli-ME.
Na mostra, os visitantes poderão conferir obras que retratam diversas fases da história de J. Borges em temas como: “No Tempo da Minha Infância”, “Na Minha Adolescência”, “Vendendo Bolas Dançando e Bebendo”, “Serviços do Campo”, “Cantando Cordel”, “Plantio de Algodão”, “A vida na Mata”, “Plantio e Corte de Cana”, “Forró Nordestino”, entre outros.
Cordelista há mais de 50 anos, os versos de J. Borges tratam do cotidiano do agreste, acontecimentos políticos, fatos lendários, folclóricos e pitorescos da vida. A mostra trará ainda obras assinadas por J. Miguel e Bacaro Borges, filhos e aprendizes do artista, além da exibição de uma cinebiografia sobre vida e obra do artista, assinada pelo jornalista Eduardo Homem.
J. Borges desenha direto na madeira, equilibrando cheios e vazios com maestria, sem a produção de esboços, estudos ou rascunhos. O título é o mote para Borges criar o desenho, no qual as narrativas próprias do cordel têm seu espaço na expressiva imagem da gravura. O fundo da matriz é talhado ao redor da figura que recebe aplicação de tinta, tendo como resultado um fundo branco e a imagem impressa em cor. As xilogravuras não apresentam uma preocupação rigorosa com perspectiva ou proporção.
A originalidade, irreverência e personagens imaginários são notáveis nas suas obras. Os temas mais populares em seu repertório são o cotidiano da vida simples do campo, o cangaço, o amor, os castigos do céu, os mistérios, os milagres, crimes e corrupção, os folguedos populares, a religiosidade, a picardia, enfim todo o rico universo cultural do povo nordestino.
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