Entretenimento
Documentário Transversais tem pré-estreia em Maceió neste sábado
A exibição ocorrerá no Centro Cultural Arte Pajuçara e será seguida de debate com o realizador
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O primeiro longa do roteirista e diretor Émerson Maranhão, Transversais terá pré-estreia em Maceió neste sábado, (19), às 20h15min. A exibição ocorrerá no Centro Cultural Arte Pajuçara e será seguida de debate com o realizador.
No circuito comercial o documentário entra no dia 24 de fevereiro, em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Fortaleza e Maceió. A exibição em outras praças será informada nos próximos dias.
O longa fez parte da seção Programa Queer.doc do 29o Festival Mix Brasil, e também esteve em outros Festivais brasileiros como a 45a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, e o Cine Ceará. Foi premiado como o Melhor Longa Brasileiro e Melhor Roteiro do 15º For Rainbow e recebeu Menção Honrosa no 16º Fest Aruanda.
Produzido por Allan Deberton (Deberton filmes), o documentário apresenta os depoimentos de quatro pessoas trans que resgatam suas histórias, seus processos de autodescoberta e de trânsitos e jornadas, além de também de uma mulher cisgênero, mãe de uma adolescente trans.
Mesmo sofrendo censura do governo federal , que publicamente anunciou que “não tinha cabimento fazer um filme com este tema” e declarou que ele seria “abortado” do edital da Ancine em que era finalista, o filme está circulando em festivais antes de fazer sua estreia em circuito comercial.
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Fotografia: Linga Acácio- Juno Braga
Transversais é um o documentário é de extrema importância tanto pelo momento político atual quanto pela visibilidade que dá à causa da transgeneridade. “Eu gostaria muito que esse documentário pudesse contribuir para mudar esse cenário tão pavoroso em que vivemos hoje no País. Acho difícil, mas não impossível. É um trabalho de formiguinha. No entanto, se cada espectador que assistir ao filme despir seu olhar dos preconceitos costumeiros para se permitir conhecer esses personagens tão especiais, sentir suas dores e alegrias, e deixar que essas trajetórias tão bonitas e únicas toquem seus corações e mentes, acho que teremos um excelente começo”, comenta o diretor.
Chico Fireman que é um crítico conhecido recomendou o longa e escreveu que “[o] radicalismo de Transversais está em como seu tom é de entendimento numa época de intolerância. [E o filme] deveria ser matéria obrigatória em qualquer escola.” Matheus Mans, do site Esquina da Cultura, publicou que “[o] filme, afinal, é uma amostra de como a resistência funciona. Bolsonaro reclamou, o filme existe. Histórias como a da mãe que ficou ao lado da filha quando essa se entendeu e se assumiu como transgênero é um Brasil avesso ao de Bolsonaro e que Émerson Maranhão tão bem consegue colocar na tela. Sentimos a esperança, o alívio e a emoção versus a barbárie”.
Já Denis Le Senechal Klimiuc, do Cinema com Rapadura, deu a nota máxima ao documentário, e declarou que “muito mais do que colher depoimentos e apresentá-los em uma montagem fluida e leve, Maranhão é hábil ao criar um aspecto enorme para o seu trabalho. O filme inteiro é pautado na vida daquelas pessoas e, portanto, na luz que emanam porque enxergam a metade cheia do copo”.
O crítico Rodrigo Fonseca, do Estadão, que assistiu ao filme durante o Fest Aruanda, o filme é arrebatador. “A projeção de Transversais no Aruanda foi de um arrebatamento dos mais comoventes. Mas não é um doc que contagia só pela urgência de sua causa ou pela beleza de sua peleja ética. Émerson construiu o que se chama de ‘filme de cinema’, com uma potência plástica singular em seu arranjo de montagem”. E ele completa: “Mas há mais do que delicadeza em Transversais: há uma mirada investigativa capaz de envolver a plateia a partir da triagem das micro violências que cerca o cotidiano de quem está transicionando.
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Fotografia: Linga Acácio- Juno Braga
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