Há anos que a palavra de ordem de todo o Complexo Cultural Teatro Deodoro é a democratização. O rapper Vitor Lucas Dias Barbosa, mais conhecido como Vitor Pirralho, levou muito a sério a pluralidade proposta pelo espaço. Com o show “Invenção e Necessidades”, o músico quer mostrar que a casa de espetáculos é um lugar para todas as classes sociais. Enaltecendo a equidade, a apresentação vai virar o seu DVD. Os ingressos podem ser comprados através do link https://doity.com.br/invencao-e-necessidades 

O rapper comanda a quarta atração da 21ª edição do Teatro Deodoro é o Maior Barato, realizado pela Diretoria de Teatros do Estado de Alagoas (Diteal). Apesar de estar com a capacidade total de público, todos os protocolos de segurança serão respeitados. Vale reforçar que o uso de máscara é obrigatório.

O show fará um apanhado das duas décadas de Vitor Pirralho na música, desde o primeiro disco até o mais recente, gravado em 2019. “Esse show vai reunir canções desde a minha primeira Demo-Tape, que gravei antes mesmo de me mudar para para cá, quando morava em Pernambuco, em 1999. Foi só quando passei a morar em Alagoas que gravei meu primeiro álbum e assim continuei produzindo, como durante a pandemia, que gravei alguns singles e um EP”.

Para essa apresentação, o cenário vai brincar com outro ofício de Vitor, o de professor. No palco será montada uma sala de aula, fazendo uma brincadeira entre a música e a docência, duas realidades vividas por ele no seu dia a dia. Além disso, o espetáculo fará interações com o público.

Ao lado de Pirralho, participam do espetáculo os músicos Carlos PXT (DJ/Selecta), Bruno BR (synth, efeitos e percussão digital) e Walter (guitarra).

“A invenção é a Mãe das Necessidades”

O espetáculo faz referência ao título do lançamento mais recente do músico, o álbum “A invenção é a Mãe das Necessidades”. Diferente dos trabalhos anteriores, Pirralho ressalta muito mais a parte eletrônica, até mesmo pela temática proposta: a discussão sobre tecnologia e inovação na sociedade contemporânea.

Outro ponto abordado é a inclusão e a já mencionada “democratização” do espaço Teatro Deodoro, visto por parte da população como um lugar voltado para a elite econômica de Alagoas, o que não é verdade. O teatro é para todos. Pensando nisso, o músico quer levar as pessoas de baixa renda para assistir à apresentação.

“O nome do álbum foi retirado de Platão, que falava ‘a necessidade é a mãe das invenções’ e o título do novo álbum faz a inversão desse pensamento de Platão, porque em seu pensamento, ele dizia que a necessidade é a mãe das invenções e está correto, porque quando sentimos necessidade de algo, nós inventamos as ferramentas que vão suprir essas necessidades. Só que a era que vivemos hoje, com a tecnologia, todas as necessidades da humanidade foram supridas de certa forma, mas claro que isso não é bem distribuído, porque nem todos têm o mesmo acesso”, explica o músico.

Ele destaca que o conceito do show nasceu a partir de uma brincadeira, um jogo de palavras, com o pensamento de Platão. O espetáculo passeia pela tecnologia e vontade artística, deixando questões filosóficas em aberto para várias interpretações. “Eu penso também na questão artística, nesse viés artístico, da expressão artística sendo uma necessidade, já que se expressar é uma necessidade inerentemente humana, sendo assim o ser humano inventou a arte para se expressar dessa forma”.