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“Amor preto cura”: exposição encanta o público no Museu da Imagem e do Som de Alagoas

Estreia da exposição é marcada com muita arte, dança e música

Por Redação* 06/09/2023 11h11 - Atualizado em 06/09/2023 11h11
“Amor preto cura”: exposição encanta o público no Museu da Imagem e do Som de Alagoas
MISA - Foto: Ascom

Já está em cartaz no Museu da Imagem e do Som de Alagoas (Misa) a exposição “Amor preto cura”, da artista alagoana Joyce Nobre. A abertura, realizada nesta sexta-feira (1º), contou com apresentação musical da artista Mary Alves, que trouxe um pouco da mistura de ritmos afro-brasileiros com música alagoana. O público apreciou as telas, o artesanato e as roupas pintadas pela a artista, e ainda, conheceu a história por trás de cada peça artesanal.

A exposição, que está acontecendo no Misa, em Jaraguá, tem entrada gratuita. As 12 obras ficarão expostas até o dia 10 de outubro, e podem ser visitadas de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h.

Ísis Florescer é atriz e escritora, e destaca a importância da exposição ocupar um espaço de afeto e acolhimento para vidas e corpos negros. “A maioria das telas expostas celebra mulheres negras na sua força, delicadeza e busca por autonomia e independência. As obras são um convite a enxergar a beleza de ser quem somos, misturando a cultura e legado ancestral afro-brasileiro para anunciar a potência do pertencimento e de ser quem somos”, disse a atriz.

--A mostra da artista carrega a proposta de proporcionar uma imersão nas nuances do amor preto e o seu significado para a existência e força de pessoas pretas. Além disso, cada obra de arte pintada a óleo retrata um pouco da celebração do amor entre pessoas pretas e apresenta personagens e elementos da cultura afro-brasileira.

“Com essa exposição quero provocar as pessoas falando do amor que cura. Espero que elas enxerguem o amor preto sem romantismo, mas como verdade, cura e coletividade. Em cada peça pintada eu trago o amor que resiste, o amor dos nossos ancestrais e tudo que eles passaram para que hoje nós estivéssemos aqui”, afirmou Joyce Nobre.

O nome da exposição é impactante e carrega um conceito de que o amor não desiste, ele luta e cura. “O tema dessa exposição veio como uma provocação. Para mim é muito importante que nos vejam e que fale sobre o amor na nossa perspectiva de povo preto”, ressaltou Joyce. A artista visual conta que cada retrato transmite a história de personagens, e a sua história de luta e de cura através do amor.

Quem é

Joyce Nobre Aristides é uma artista visual, artesã e mulher preta que ainda consegue ser dona de casa, mãe e expressar sua criatividade artística. Em 2020, iniciou a sua transição de carreira e abandonou a profissão de vendedora de sacolé gourmet. Por meio do universo das artes visuais, Joyce realiza os seus sonhos e dedica todo o seu talento expressando os seus sentimentos nas peças artísticas.

A artista iniciou suas pinturas em peças autorais, feitas em cerâmicas de barro, e logo depois expandiu para as telas, retratando a sua ancestralidade. Hoje, conta histórias também em roupas, e suas peças já estão espalhadas entre artistas como Chico César, Mariana Aydar e a artista alagoana Mel Nascimento.

Indo além dos ateliês, Joyce leva a sua arte para encantar as pessoas e colorir os muros da cidade. No mercado do artesanato, localizado no bairro Levada, é possível encontrar um mural de sua autoria. Além disso, outras pinturas feitas em muros estão espalhadas pelo estado, em trabalho solo e também em parcerias com outros artistas locais.

A artista assina outras exposições, e sua última, “Sagrado Feminino”, retrata de forma singela as contradições do feminino, e o belo na delicadeza e na força da feminilidade.

*Com Ascom