Esportes
Brasil vence anfitrião Canadá no polo aquático masculino
Os medalhistas de bronze da Liga Mundial estrearam muito bem no Pan de Toronto. A seleção brasileira masculina de polo aquático venceu o anfitrião Canadá por 11 x 9, com parciais de 4:2; 3:4; 4:1 e 0:2. O Brasil volta a jogar nesta quarta-feira (08.07) contra a Venezuela, a partir das 21h08 (de Brasília) no encerramento da jornada. Todos os jogos acontecem no ‘Atos Markham Pan Am / Parapan Am Centre’.
O Brasil começou jogando com Vinícius, Jonas, Salemi, Bernardo Gomes, Àdria, Felipe Silva e Perrone. Os goleadores do Brasil no jogo foram Felipe Perrone (3), Àdria Delgado (2), Jonas Crivella, Bernardo Gomes, Guilherme Gomes, Grummy, Felipe Silva e Josip Vrlic. Com exceção do goleiro Thyê, todos os jogadores entraram na partida. Os gols canadenses foram de George Torakis, Scott Robinson, Justin Boyd (2), Nicolas Bicari, Oliver Vikalo e John Conway (3). O Brasil terminou o jogo com um aproveitamento de 50% nos homens a mais (4 em 8). Já o Canadá acertou apenas 1 em 7.
Como o outro jogo da chave B terminou empatado, Venezuela 9 x 9 México (3:1; 1:4; 3:2; 2:2), os brasileiros saíram na frente do grupo com dois pontos, seguidos por venezuelanos e mexicanos, com um, e canadenses com zero.
O Jogo
O Brasil começou como um ‘rolo compressor’, abrindo três gols, mas antes do fim do período, os canadenses, movidos aos gritos e buzinas da torcida diminuiu para 2 x 3. Faltando 25 segundos, Perrone abriu vantagem novamente para o Brasil: 4 x 2. No segundo período os canadenses não só chegaram ao empate, como viraram o marcador para 5 x 4. O Brasil reagiu e provocou nova mudança de vantagem no placar: 6 x 5. O Canadá empatou novamente, mas faltando 11 segundos para o fim do período, o Brasil marcou com o centro Josip Vrlic, em bela assistência de Perrone.
O terceiro período começou com um pênalti para cada lado. Primeiro Perrone marcou para o Brasil e um minuto depois, John Conway marcou para o Canadá. O restante do quarto foi brasileiro, que abriu a maior vantagem da partida: 11 x 7. O período final foi administrado pelos brasileiros, apesar de um pouco de tensão com os dois gols canadenses. Faltando 1’05”, o Canadá perdeu um pênalti, com Justin Boyd chutando na trave.
Como lembrou o capitão Perrone, o Brasil não vencia o Canadá há muito tempo. “Acho que cinco anos… o jogo com eles vai até o final, nunca dá para relaxar, ainda mais aqui dentro”. Na Copa Uana de Toronto, em janeiro, que serviu como pré-Mundial e evento-teste para os Jogos de Toronto, Brasil e Canadá decidiram o torneio, já classificados para o Mundial de Kazan (Rússia). Na ocasião, o Canadá venceu por 8 x 6. Na fase de classificação, os dois times empataram em quatro gols.
“Esta vitória foi muito importante para marcar nosso nome neste Pan. Se tudo correr bem contra a Venezuela, estabelecemos um bom caminho para sonhar em chegar a final. Temos que entrar com bastante seriedade, pois a priori não teríamos dificuldade em vencer, mas em competição de alto nível, isto não existe”, disse Perrone, que também analisou a evolução brasileira e o seu papel de líder. “Este é um esforço de muita gente, a começar pelo presidente da CBDA, Coaracy, passando por uma série de pessoas, incluindo a mídia, médico, fisioterapeuta, em busca deste sonho olímpico, e este sonho é grande. Eu me sinto racional há muito tempo e digo que temos que manter o foco, pois não há tempo para aprender com o erro, pois falta muito pouco para as Olimpíadas”.
Para o polo aquático poder competir por uma medalha olímpica, a CBDA aprovou projeto em conjunto com o Ministério do Esporte, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) e os Correios. O primeiro passo foi dado com a contratação do técnico croata Ratko Rudic. “O melhor do mundo e, claro, o mais desejado”, segundo o presidente Coaracy Nunes. Também fez parte do projeto a vinda de jogadores estrangeiros. “Tive de contratar os rapazes, como todos os países-sede fizeram, como a Grã-Bretanha e os Estados Unidos”, disse o dirigente.
Os dois primeiros nomes sondados foram do croata Josep Vrlic (centro) e do sérvio Soro Slobodan (goleiro), que começaram a defender clubes brasileiros e iniciaram processo de naturalização. O capitão e destaque na estreia do Pan, Felipe Perrone, que defendia a Espanha desde 2005 (foi vice-campeão mundial em 2009), voltou para jogar pela seleção brasileira, que também conta com ouros três naturalizados: o cubano Ives Alonso (centro), o italiano Paulo Salemi (neto de brasileiro, marcador de centro) e o espanhol Àdria Delgado (filho de brasileiro, atacante).
O apoio do Ministério do Esporte à CBDA se dá por meio de convênios, iniciados em 2010, quando R$ 1 milhão foi aprovado para compra de equipamentos de natação, saltos ornamentais, nado sincronizado e polo aquático.
Em 2011, outro convênio de pouco mais de R$ 1,1 milhão foi para a preparação das seleções feminina e masculina, visando aos Jogos Olímpicos de 2016.
Em 2013, o convênio de R$ 1,5 milhão garantiu compra de equipamentos – e novamente o polo aquático foi beneficiado, ao lado das maratonas aquáticas e do nado sincronizado.
Em 2014, um convênio específico para o polo aquático, de R$ 5,1 milhões, foi firmado para treinamentos e participação em competições internacionais das seleções feminina e masculina, assim como realização de eventos no país para descoberta de talentos e capacitação técnica.