Esportes

Em Atalaia, Aloísio Chulapa pede a conta e se despede do futebol cercado de ídolos

Por Globo Esporte/Alagoas 11/12/2017 15h03
Em Atalaia, Aloísio Chulapa pede a conta e se despede do futebol cercado de ídolos

loísio Chulapa se despediu do futebol. Segurou a carreira até onde deu, mas, com 42 anos, não foi possível insistir. O tempo sempre cobra. O desfecho não poderia ser mais a cara do camisa 14. Juntou amigos famosos na cidade que nasceu, dançou forró e mostrou às crianças os ídolos que elas só viram na TV. Foi uma tarde quente de domingo, com sol entre nuvens em Alagoas, e muito barulho lá pras bandas de Atalaia. Quem tem imaginação boa, pôde ouvir até em São Paulo, no Morumbi.

Chulapa riu, chorou, tomou muitos "danones", como de costume, e fechou o ciclo no futebol no meio do seu povo. Esse jeito de Malasartes, brincalhão, sorridente, e o talento incomum para a bola ajudaram o alagoano a conquistar fãs e muitos amigos. É difícil lembrar de um desafeto do Chula. Por isso, tanta gente importante fez questão de participar da festa no interior de Alagoas. Rogério Ceni, Marta, Lugano, Amoroso, Josué, Carlos Alberto, outros tantos boleiros, e o ator Henri Castelli jogaram no Estádio Luizão, que tem capacidade para três mil pessoas. É pequeno, mas acolhedor. Foi, sem dúvida, o maior evento da história de Atalaia. Foi bem mais: os velhinhos da cidade disseram que nunca se viu nada parecido na região.

"Um dia muito importante para minha vida. Estou realizado de juntar os amigos... O futebol me deu muitas coisas e uma delas foi a amizade. Os torcedores vão continuar com o Chula nas redes sociais. Vou continuar dando alegria para esse povo", falou Aloísio.

Quem não apareceu foi Adriano Imperador. Ele até gravou um vídeo com Aloísio, confirmando a presença na festa, mas desistiu de ir a Atalaia. Muricy Ramalho também levou falta. Avisou que estava doente e não viajou.

"O Adriano teve um compromisso e tá tudo certo. É parceiro", minimizou Chulapa.

Ceni, o Patrão, como diz Chulapa, teve uma entrada triunfal. Chegou em cima da hora e disse logo ao velho amigo, apertando a sua mão direita.

"Só vim porque era você mesmo. Se não fosse, não atravessaria o país",  falou Ceni, antes de dar um abraço apertado no amigo.

Depois do jogo, o Patrão também agradeceu o carinho dos alagoanos. Falou em nome das feras que fizeram questão de homenagear o camisa 14 num dia tão especial.

"O pessoal aqui foi muito bacana com todos nós. Nós demos muitas alegrias pra eles e hoje eles vieram retribuir esse carinho",  emendou Rogério.

Chulapa começou a carreira na base do CRB, ganhou projeção no Flamengo e marcou época no Goiás. Foi também muito feliz na França e teve boa passagem pelo Atlético-PR. Mas foi no São Paulo que mudou o patamar da carreira. Indicado por Ceni, chegou ao Morumbi em 2005 e conquistou, além do tri brasileiro, o Mundial interclubes. Ficou tudo dominado. Deu, de quebra, o passe de trivela para Mineiro fazer o gol do título em cima do Liverpool. Agora, a figuraça sai de cena e vai espalhar suas histórias para quem quiser ouvir. Já pode começar, velho Chula.