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Minotouro afasta aposentadoria
Thales Leites (Minotouro) anunciou que sua luta no UFC São Paulo, duas semanas depois de completar 37 anos, marcará sua despedida do MMA. Também presente no card, estará Rogério Minotouro, 42, em ação contra o americano Sam Alvey, após quase dois anos afastado. Seu irmão gêmeo, Rodrigo Minotauro, pendurou suas luvas há três anos e vai estar no Ibirapuera do lado de fora do octógono, como executivo do Ultimate. Some esses fatores e é natural que se pergunte até quando Minotouro pensa em seguir lutando.
O veterano de 17 anos como profissional no MMA/Vale Tudo, medalhista no boxe nos Jogos Pan-Americanos do Rio 2017, admite que as dificuldades dos últimos dois anos, em que lidou com dores na coluna e uma suspensão preventiva por um exame antidoping positivo (do qual foi inocentado este ano), o desanimaram. Contudo, garante que o rendimento nos treinamentos lhe mostram que ainda tem "lenha para queimar".
- Eu tive esse problema, tive uma dor na lombar em 2015, e isso me deixou meio fora. Até na própria luta contra o Ryan Bader, eu senti no meio da luta ali e aquilo me deu uma desanimada. Mas eu voltei a fazer tratamento, reforço muscular, e senti que dava para voltar a lutar bem. Neste ano e meio para cá, venho fazendo esse reforço muscular na lombar, e essa desanimada que eu tive há dois anos, já passei a acreditar mais que ainda dá para lutar bem - declarou Minotouro em entrevista coletiva à imprensa na quarta-feira, no Rio de Janeiro.
Demorou um pouco para que o peso-meio-pesado baiano recuperasse essa confiança. Ele contou que o retorno aos treinos não foi dos melhores, e que por isso ele recusou uma vaga no UFC Rio 9, em maio passado. Contudo, sob os cuidados do preparador físico Rodrigo Babi, reencontrou sua forma preferida e a confiança para retornar ao cage.
- Lógico que a gente sente a idade, a parte física com a idade, a recuperação depois dos treinos já não é a mesma coisa. Acho que o importante é você ter um objetivo; enquanto você tiver chance de lutar bem, você vai levando. No momento que você vir que já não consegue treinar e lutar bem, acho que é uma oportunidade de repensar o que está fazendo no seu treinamento e o que está acontecendo no seu corpo. Eu estive parado este ano aí, voltei muito mal, mas, quando peguei o ritmo, senti que estava treinando bem. Depois que fiz este teste, peguei esta luta, tanto que eles tinham oferecido no UFC Rio, e eu segurei porque não estava treinando bem ainda, e agora eu já estou treinando melhor, dá para ir levando.
Por outro lado, o próprio Minotouro admite que só se recupera ritmo de luta efetivamente lutando, e que o desempenho contra Alvey vai lhe dizer muito sobre a continuidade de sua carreira.
- Pode ser (determinante para parar). O importante é eu estar me testando. Eu estou treinando bem, agora vamos ver o ritmo de luta. Eu fiquei quase dois anos, um ano e 10 meses em setembro quando bater esta luta, que estou parado mesmo, então já é um pouco mais difícil. Mas o ritmo é uma coisa que você vai pegando, cada vez que você vai lutando, vai pegando mais ritmo. A intenção agora é voltar bem. Estou muito confiante no treinamento que estou fazendo - disse Minotouro, que recentemente renovou contrato com o UFC por mais quatro lutas.