Esportes
Festa na aldeia: jogadora da Seleção Brasileira visita índias de AL
As índias alagoanas da tribo Wassu Cocal tiveram uma semana de Natal especial. Com direito a surpresas, as meninas receberam no campinho da comunidade a jogadora Geyse, atacante do Benfica e da selação brasileira. Pretinha, como é conhecida no estado, interrompeu o momento de treino para conhecê-las pessoalmente e levar presentes para as garotas. Não faltou emoção.
Elas não desconfiaram de nada. A atacante organizou uma surpresa com toda a sua família para responder pessoalmente um pedido que as índias fizeram para a jogadora. Acompanhada dos irmãos, Geyse doou chuteiras, cestas básicas, panetones e outros itens para as atletas. A jogadora alagoana se sentiu em casa com o carinho da aldeia.
Natural de Maragogi, Geyse se solidarizou com as meninas e virou uma incentivadora do futebol da localidade. Em janeiro, a atacante de 21 anos receberá o título de embaixatriz de Maragogi por tudo o que vem fazendo pelo esporte na região. Após chegar de Portugal, ela fez questão de conhecer a aldeia e as índias.
Dificuldades
Geyse se sensibilizou com tudo o que é enfrentado pelas índias que sonham em um dia se profissionalizar. Assim como as meninas, ela passou por uma infância delicada. Pretinha foi convocada para o time principal da seleção brasileira em 2019, e resolveu dar suporte as índias por se reconhecer em muitos daqueles rostos. (vídeo acima)
- Sonhei, sonhei muito e chorei, chorei muito. Eu já disputei duas copas pela (seleção) sub-20 e foi a minha primeira convocação na principal. Quando eu vi meu nome na lista, eu estava longe de toda a minha família e rapidamente eu peguei o celular e mandei mensagem para eles para falar que meu nome estava na lista... Para mim, não foi só realizar o meu sonho, mas sim o da minha família, já que eles estavam comigo desde o início e ainda estão... - comentou a jogadora.
Ato solidário
Geyse levou toda a sua família para compartilhar o momento que viveu na aldeia e falou emocionada sobre a importância da ação.
- É gratificante ajudar todas elas, porque eu sei o quanto foi difícil. Eu comecei feito elas, eu joguei com meninos e sei como é difícil para nós mulheres dar um salto alto no futebol. Se eu puder ajudar com uma bola, duas bolas... Eu vou ajudar. É muito bom poder fazer tudo isso por elas que sonham em ser jogadoras. Eu sei o que elas passam porque eu também já passei.
Dia marcante
As índias viveram um momento único e Geyse logo se sentiu em casa. Pelezinha, um dos destaques do time Wassu Cocal, chegou a bater bola com a jogadora do Benfica. A índia falou como tudo foi especial.
- Significou muito. Foi uma honra pra mim e pra todas até porque nós não esperávamos ela. Assim que eu a vi, pensei que estivesse sonhando. Não queria nem sair de perto dela... Dançar e jogar com a Geyse foi um privilégio muito grande. Ela é uma fera do futebol. Eu não esperava nunca que isso iria acontecer... E logo com a gente aqui da aldeia... - disse a atacante indígena.