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Dívida do Corinthians com agentes Carlos Leite e Giuliano Bertolucci ultrapassa R$ 14 milhões
O Corinthians não pagou os empréstimos contraídos com os agentes Carlos Leite e Giuliano Bertolucci em 2017 (na gestão do então presidente Roberto de Andrade), e a dívida com a dupla cresceu. No balanço financeiro de 2019, o Timão informa que tem de pagar R$ 14 milhões aos empresários.
A dívida com Carlos Leite tem juros de 1,94% ao mês. Ele emprestou R$ 4,1 milhões ao Corinthians há cerca de três anos, e até dezembro de 2019 tinha R$ 6,67 milhões a receber. Já com Giuliano Bertolucci a dívida foi de R$ 5,2 milhões para R$ 7,33 milhões. Ele cobra taxa de 1,5 % ao mês.
Ou seja, o Corinthians pegou R$ 9,3 milhões emprestados e fechou 2019 precisando pagar R$ 14 milhões, aumento de 50%.
Os valores apresentados no balanço já são maiores, já que houve correção por juros nos quatro primeiros meses deste ano.
Carlos Leite e Giuliano Bertolucci têm boa relação com a diretoria corintiana há anos. O primeiro agencia Cássio, Fagner, Gil, Mateus Vital, Camacho e Fessin. Já Bertolucci, em parceria com alguns sócios, cuida das carreiras de Léo Santos, Ramiro e Pedrinho.
As taxas de juros pagas aos agentes são maiores do que as de outros empréstimos que o Corinthians contraiu junto a bancos. Para o BMG, por exemplo, o clube paga 1,3% ao mês. Já a tarifa cobrada pelo Daycoval é de 1,27% por mês.
O balanço alvinegro também apresenta um empréstimo de R$ 300 mil contraído junto a Denis Mandelbaum, sem juros. O dinheiro foi utilizado em 2018 para a compra do lateral-esquerdo Rael. Denis Mandelbaum é irmão de Maurice Cohen, empresário de Rael. No ano passado, ele e a diretoria do Corinthians justificaram a operação.
– Foi um negócio de ocasião. Não queríamos envolver dinheiro na época. O empresário ofereceu o empréstimo, o jogador era interessante, mas tinha que ser pago de uma vez, e ele se prontificou – declarou Carlos Nujud, diretor do departamento de formação.
Rael estava emprestado ao Oeste. O contrato dele com o Corinthians acabou no mês passado e não foi renovado.
O balanço obtido pelo GloboEsporte.com foi enviado na última semana a alguns conselheiros do clube, mas ainda não foi publicado. O documento mostra que a dívida alvinegra cresceu 42% no último ano e chegou a R$ 665 milhões. Nos critérios contábeis do Corinthians, ela é ligeiramente maior: R$ 668,6 milhões.
Procurado, o presidente Andrés Sanchez não quis conceder entrevista.
O outro lado
O Corinthians emitiu uma nota oficial na tarde de terça-feira na qual comenta os dados do balanço financeiro de 2019 e aponta motivos para o déficit de R$ 177 milhões no exercício e o aumento da dívida.
Para justificar os resultados negativos, a diretoria financeira do Timão apontou quedas de receitas e aumento de despesas, sobretudo com a compra de atletas.
"Em resumo, houve efetivamente um déficit um crescimento das obrigações, gerados basicamente pelos investimentos na equipe de futebol profissional que, infelizmente, não produziram (ainda) retorno esportivo – e, por consequência, financeiro. No entanto, como demonstrado, o déficit pode ser revertido com negociações de atletas e as obrigações, na mesma medida, são administráveis considerando a capacidade do Corinthians de geração de receitas", diz o trecho da nota oficial.