Esportes
Copa Alagoas 2023: Polícia Civil de Alagoas investiga caso de suspeita de manipulação de resultados
Federação Alagoana de Futebol disse estar em contato com a Polícia Civil e que prestará o apoio necessário
Bet Máfia. Desde o início do ano passado, o Brasil e o mundo se depararam com mais um problema no futebol, como se não bastassem os erros de arbitragem e problemas interpretativos do VAR, os esquemas de apostas começaram a abarrotar os noticiários esportivos.
Em Alagoas, as coisas caminhavam bem, sem nenhuma manchete conturbada quanto ao problema. Porém, durante a Copa Alagoas de 2023, a Federação Alagoana de Futebol (FAF) emitiu uma nota, informando que algumas irregularidades suspeitas foram encontradas e analisadas.
A Copa Alagoas defoi finalizada com vitória do CSE sobre o ASA de Arapiraca, nas penalidades. O Tricolor Palmeirense levou a melhor, na partida que aconteceu no dia 29 de março, no Estádio Coaracy da Mata Fonseca, o Fumeirão, em Arapiraca.
Segundo Felipe Feijó, presidente da FAF, a Federação encontrou “atitudes suspeitas na competição” e encaminhou as evidências para a Polícia Civil de Alagoas (PC/AL). O órgão maior do futebol alagoano informou que a entidade possui parceria com uma empresa de monitoramento de atividades ilegais no futebol, há cinco anos e nunca reportaram casos assim, somente na edição de 2023.
Em contato com Feijó, perguntamos sobre como está o andamento das investigações, ele respondeu: “Estamos 100% com a PC (Polícia Civil)”. Mais a frente na conversa, quando perguntado sobre detalhes da operação, ele adiantou que não poderia informar muito, visto que a investigação segue em curso.
O presidente da FAF, finalizou dizendo: “ tomamos a posição que precisava ser tomada quando recebemos [as evidências suspeitas], enviamos aos órgãos/instituições competentes, e confiamos plenamente na atuação deles, continuamos auxiliando como podemos e naquilo que somos requeridos “
Delegado responsável pelo caso, Igor Diego conversou com a reportagem e, quando perguntado sobre o quão abrangente estão sendo as análises, ele disse:
“aqui no estado de alagoas, só tivemos suspeitas relacionados à Copa Alagoas, nada com Campeonato Alagoano” e continuou, com certo alívio na voz: “em relação aos casos nacionais, nada chegou a nós”.
Chegando ao fim da conversa, Igor comentou: “ a gente tem essa investigação aqui na Deic, ela está em andamento, está caminhando, podemos dizer isso, já que as investigações andam em sigilo” e frisou: “ mas não temos previsão de conclusão”.
A Polícia Civil de Alagoas informou que os inquéritos estão abertos e que mais detalhes serão encaminhados “nas próximas semanas”.
As evidências foram encaminhadas para a PC-AL ainda em maio do ano passado.
Máfia das apostas
Em maio de 23, o Ministério Público de Goiás instaurou a Operação Penalidade Máxima, que investigou e puniu jogadores de diversos times do futebol brasileiro, por envolvimento com atividades criminosas. Os esquemas envolviam cifras de até R$ 100 mil reais, para provocar um cartão amarelo, ou vermelho em alguns casos. Vários jogadores da elite do futebol brasileiro foram indiciados, suspensos ou afastados.
Após o início da operação, a FIFA definiu que os critérios de punição adotados pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) serão ampliados à escala mundial, para os 11 atletas brasileiros listados nas investigações.
Alguns deles foram suspensos dos seus respectivos clubes, no Brasil, mas mantiveram conversas com clubes europeus, fazendo com que o efeito suspensivo fosse invalidado, por atuar na Europa.
É o caso dos atletas Alef Manga, Richard e Dadá Belmonte, que assinaram com clubes do velho continente, porém, com a decisão da FIFA, agora a sentença se estende internacionalmente. Agora cabe aos clubes tomar as decisões legais e jurídicas necessárias.
Dentre os 11 atletas citados e punidos, três estão banidos do futebol: Gabriel Tota, Ygor Catatau e Matheus Phillipe. Os demais seguem suspensos por períodos que variam entre 360 e 720 dias.