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Ex-prefeito envolve usina alagoana em desvios de dinheiro

Ele foi preso nessa sexta-feira, 27. As investigações tiveram início após denúncias de fraudes no FIES

Por Com G1 e Lr1 31/03/2015 08h08
Ex-prefeito envolve usina alagoana em desvios de dinheiro
Ex-prefeito e ex-presidente da FEF, Luiz Vilar

O ex-prefeito de Fernandópolis (SP), Luiz Vilar, foi preso nessa sexta-feira, 27, pela Polícia federal acusado de desviar R$ 3 milhões de uma fundação educacional da cidade para a compra de créditos tributários a uma usina em Alagoas. Um funcionário da usina também foi preso durante a operação da PF.

 As investigações tiveram início por causa de um ex-funcionário da fundação que revelou à Polícia Federal um esquema de dinheiro destinados aos programas “Escola da Família” e o FIES feitos para pessoas de baixa renda que querem ingressar em universidades particulares. Foram detidos também uma assistente administrativa da universidade e um servidor da diretoria regional de ensino de Fernandópolis.

Vilar administrou a Fundação Educacional de Fernandópolis (FEF) durante alguns aos deixando um rombo de R$ 10 milhões à instituição. Segundo informações da Polícia Federal, em Alagoas, o ex-prefeito junto com o então presidente da fundação preso em dezembro de 2014, Paulo Nascimento, compravam “créditos podres” de uma Usina Açucareira em Capela/ AL em nome da FEF. 

Os créditos contábeis não tinham valor, mas era paga uma quantia milionária aos supostos procuradores da empresa dos créditos falsos. Quando apresentados pela FEF à Receita Federal e à Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, os créditos falsos eram recusados. Ainda assim, a FEF pagava aos procuradores da Usina Açucareira pelos “créditos podres”.

Referente ao FIES, as fraudes se encontravam na devolução do dinheiro.  “Muitos alunos têm direito a receber uma restituição proveniente do valor que o MEC repassa a título de FIES. Conforme apuramos, chegam a R$ 110 mil esses valores que esses alunos teriam direito e alguns não têm conhecimento disso”, afirma o delegado da Polícia Federal de Jales, Cristiano de Pádua.

Segundo as apurações, os alunos eram cadastrados no programa estadual sem terem conhecimento e o dinheiro ficava para os envolvidos nas irregularidades, entre eles, funcionários da FEF.

No mês passado, cinco mandados de busca e apreensão foram cumpridos na Fundação Educacional de Fernandópolis, os policiais recolheram documentos e computadores e o presidente da fundação foi preso. Ele é suspeito de comandar o esquema e também é investigado por fazer saques irregulares das contas da instituição.

A Polícia Federal batizou essa segunda etapa do trabalho, de ‘Operação Vulpino’, a palavra se refere à raposa e significa traiçoeiro e desleal.