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Prefeitura apoia mutirão de prevenção ao câncer colorretal

Por Assessoria 08/04/2015 13h01
Prefeitura apoia mutirão de prevenção ao câncer colorretal
Mutirão contra o Câncer Colorretal no Helvio Auto. Foto: Pei Fon/ Secom Maceió

Uma ação social iniciada nesta quarta-feira (08) em Maceió tem alertado a população sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer colorretal, uma doença que, no Brasil, já é a segunda mais frequente entre as mulheres e o terceiro entre os homens. Até amanhã (08), 160 pessoas serão atendidas em quatro hospitais da capital durante o mutirão de colonoscopia, uma iniciativa realizada pela Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (Sobed) com apoio da Prefeitura de Maceió, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

A secretária Sylvana Medeiros acompanhou o início da campanha no Hospital Hélvio Auto, no Trapiche, que é um dos polos de atendimento da ação voltada aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo ressaltou a titular da SMS, o mutirão é de extrema importância por permitir o acesso da população à colonoscopia, cujo exame pode reduzir em até 60% a incidência de mortalidade entre os diagnosticados com a doença. Ela afirmou, ainda, que a campanha também tem caráter informativo e de prevenção ao desenvolvimento do câncer.

“Fomos procurados pela Sobed e demos total apoio à causa, assim como faremos em qualquer outra circunstância, até porque sabemos da necessidade do usuário do SUS em relação à colonoscopia. Um mutirão é muito importante e, dentro de uma programação como esta, facilita o acesso da população com foco principalmente no diagnóstico precoce para que seja detectada qualquer lesão e, assim, possa ser evitado o desenvolvimento do câncer”, disse a secretária.

Sobre a incidência da doença em Alagoas, Sylvana explicou que o colorretal, também conhecido como câncer intestinal, ocupa a quinta colocação e, ainda assim, a gestora chama atenção de que não há no Brasil um programa direcionado à prevenção desta doença, como é feito nos casos de câncer de mama, útero e próstata.

Para a realização da ação em Maceió, a Prefeitura realizou a triagem e selecionou 60 pacientes que aguardavam a realização do exame. Além disso, o apoio à iniciativa por meio da SMS também contou com a disponibilização de passagens aéreas aos profissionais vindos de hospitais como o Sírio-Libanês, Beneficência Portuguesa e Hospital das Clínicas, de São Paulo, que estão na capital alagoana para participar também do Simpósio Internacional de Endoscopia, nos dias 10 e 11 de abril, no Hotel Jatiúca.

Além do Hélvio Auto, os procedimentos estão sendo realizados no Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HUPAA), no Hospital do Açúcar e na Santa Casa. A ação também conta com a participação das equipes dessas unidades de saúde, entre médicos endoscopistas e proctologistas, anestesistas e equipe de enfermagem.

De acordo com o presidente da Sobed, Ramiro Mascarenhas, o público-alvo do mutirão é a população carente, entre pessoas que tenham mais dos 50 anos. Quanto aos selecionados, o médico baiano afirmou que os pacientes apresentaram resultado positivo em pesquisas de sangue oculto nas fezes, têm histórico familiar de câncer de colorretal e apresentam sintomas como dor e cólicas abdominais frequentes com mais de 30 dias de duração, alteração repentina no ritmo intestinal, emagrecimento rápido, alem de anemia e fadiga.

“A colonoscopia é um exame que permite a visualização direta de anomalias no interior do reto, cólon e parte do íleo terminal (final do intestino delgado). É preventivo e comprovadamente reduz a incidência e a mortalidade. A ação da Sobed é baseada em uma campanha mundial denominada Custo-Benefício, que têm por objetivo prevenir e tratar o paciente ainda na fase inicial da doença para a redução de casos e custos”, explicou Mascarenhas.

Alagoas é o segundo do Brasil a receber a ação da Sobed, cuja coordenação estadual está sob responsabilidade do médico Hebert Toledo, que também integra a entidade. Segundo ele, ação tem como foco a sensibilização para a importância da prevenção e tratamento precoce, o que permite gasto menor em relação à assistência na saúde pública. “O câncer em fase avançada tem 25% de chance de cura, enquanto no caso do diagnóstico precoce tem 90%. Um paciente em estado avançado custa aos cofres públicos cerca de 120 mil dólares, já em fase inicial, o custo é bem menor e chega, em média, R$ 1 mil”, explicou Toledo.

Quanto à prevenção, o médico disse que, além dos exames, o indicado é a prática de atividades físicas, alimentação adequada, prevenção da obesidade e evitar o uso de cigarro.

Uma das pessoas beneficiadas pelo mutirão foi a assistente de serviços gerais Rosineide Barbosa, 45. “Fiquei sabendo que seriam disponibilizados os exames e procurei a Secretaria de Municipal de Saúde. Apesar de não estar na faixa etária priorizada na ação, tenho histórico familiar de diagnóstico do câncer e também sinto alguns sintomas. Fui indicada para ter acompanhamento frequente e, por isso, estou participando. É uma boa iniciativa, que facilita a realização do exame”, disse a usuária.