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Britânico bate recorde e dá volta ao mundo correndo em 621 dias
Foram 19 meses, 621 dias, mais de 26 mil quilômetros e 36 milhões de passos em temperaturas que variaram de -29°C a 40 °C até que o britânico Kevin Carr, de 34 anos, completasse o desafio: uma volta ao mundo em tempo recorde correndo por montanhas, desertos e até nevascas.
O ritmo dele foi pesado – foram uma ou duas maratonas completadas por dia para conseguir o feito. Carr partiu do condado de Devon, no sudoeste da Inglaterra, em julho de 2013 com o desafio de se tornar a pessoa mais rápida a completar uma volta ao mundo. Pouco mais de um ano e meio depois, ele conseguiu, e agora espera o reconhecimento da Associação Mundial de Corrida.
Antes, a marca era do australiano Tom Denniss, que correu por 20 países nos cinco continentes, só que em 622 dias, um a mais que Carr.
"Foi um final maravilhoso, o apoio e participação das pessoas foram inacreditáveis", disse Carr ao retornar para Devon depois de 621 dias correndo, literalmente, pelo mundo – foram 26 países dos cinco continentes e 26.232 quilômetros.
"Foi uma pressão enorme nas últimas semanas para conseguir chegar aqui a tempo de quebrar o recorde. Nunca imaginei que isso fosse se tornar algo tenso dessa maneira. Eu tive inúmeros contratempos, quebrei o recorde por menos de um dia.
"Kevin Carr corria cerca de 15 horas por dia e completou o desafio sozinho, passando por países da Europa, da América do Sul, além de Índia, Austrália, Nova Zelândia, Canadá e Estados Unidos.
Ao longo do caminho, ele chegou a 'cruzar' com cobras, escorpiões, cachorros selvagens que chegaram a persegui-lo, lobos, ursos – foram 26 ursos, segundo ele – e leões.
"Um dos ursos me perseguiu e esse foi provavelmente o momento mais aterrorizante da minha vida", contou.
No meio do percurso, quando estava na Austrália, o britânico chegou a ser atropelado por um carro e teve de interromper sua 'missão' por dois dias para cuidar das lesões. Além disso, o carrinho que ele trazia consigo para carregar comidas e suprimentos também ficou destruído, e Carr precisou improvisar substituindo-o por um carrinho de bebê.
"Foram dois dias parados para reparos, cuidando da lesão na minha perna esquerda, duas semanas correndo mais devagar do que o planejado…e quatro dias perdidos por causa dos correios enquanto eu esperava para substituir o carrinho por um de bebê.
"Durante a adolescência e a juventude, o corredor sofria de depressão. Ele usou a corrida para superá-la. Carr chegou até a fazer uma tentativa frustrada de suicídio. Por isso, quis alcançar o feito para arrecadar dinheiro para a instituição de saúde mental beneficente "SANE" e para a Cruz Vermelha britânica.