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Em Alagoas, Sem Terra defendem a Reforma Agrária

Por Assessoria 15/04/2015 14h02
Em Alagoas, Sem Terra defendem a Reforma Agrária

Milhares de trabalhadores e trabalhadoras do MST iniciaram hoje (15) as mobilizações da Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária, em Alagoas. Com ações em todas as regiões do estado, os Sem Terra fazem a defesa da Reforma Agrária e denunciam as ameaças aos direitos da classe trabalhadora.

Nesse momento os camponeses bloqueiam rodovias nos municípios de Atalaia, a BR 316, dois pontos da BR 101, em Flexeiras e em Joaquim Gomes e a BR 104 na cidade de União dos Palmares.

As lutas seguem o calendário de mobilização nacional onde são lembrados os 19 anos do assassinato de 21 Sem Terras no Pará, pela polícia do estado, enquanto estavam seguindo em marcha até a capital Belém. O caso ficou mundialmente conhecido como o Massacre de Eldorado dos Carajás.

Já no Agreste, cerca de 400 trabalhadores e trabalhadoras ocupam a sede da CAB – Águas do Agreste em Arapiraca, empresa responsável, através de Parceria Público-Privada, pela gestão de abastecimento de 10 cidades da região por 30 anos.

“Essa é mais uma ação de denúncia da seca na região do Agreste e da situação que vive o nosso povo assentado e acampado que nem ao menos tem acesso à água potável em suas áreas”, afirmou José Roberto de Souza, da direção estadual do MST.

Os Sem Terras denunciam também que o destino da água está a serviço da mineração, beneficiando a empresa Vale Verde. “Não vamos admitir que enquanto nosso povo vive sem água, os recursos do governo estejam servindo aos interesses do capital privado aqui na região”, sinalizou.

“Nossa Jornada de Lutas, além de lembrar os companheiros tombados no Pará, também destaca a necessidade de realização da Reforma Agrária para melhorar a vida de quem vive no campo e também na cidade”, destacou Débora Nunes, da coordenação nacional do MST.

Denunciando a paralisação da Reforma Agrária pelo Governo Federal, Débora reforça a necessidade da mobilização e luta permanente dos Sem Terra.

“Chegamos aos 100 dias do segundo mandato da presidenta Dilma e nenhuma família foi assentada e nenhum latifúndio desapropriado. Isso nos coloca na tarefa de seguirmos em luta pressionando o governo para que ele cumpra seu papel”, disse.

Paralisação Nacional

Esse ano, a Jornada soma-se à Paralisação Nacional convocada pelas Centrais Sindicais em defesa da classe trabalhadora e contra o Projeto de Lei 4330 que regulamenta a terceirização e ameaça a organização sindical.

“Devemos destacar a importância e a necessidade da unidade dos trabalhadores nesse momento de avanço da elite conservadora no nosso país. Essa unidade deve acontecer em processo permanente se quisermos evitar retrocessos”, comentou Nunes.

Na capital Maceió, o MST soma-se as diversas organizações sociais que realizam paralisações de suas categorias, além de paralisar o porto da cidade, e reúne-se em um grande ato unificado contra o PL 4330, denunciando os deputados federais do estado que votaram favoráveis ao projeto que fortalece a terceirização dos serviços.