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Mancha no Rio São Francisco foi provocada pela Chesf

Casal volta a distribuir água no sertão e diz que teve prejuízos de mais de R$ 500 mil

Por Da Redação 17/04/2015 15h03
Mancha no Rio São Francisco foi provocada pela Chesf
Foto: Michelle Farias


Foi confirmado Instituto do Meio Ambiente (IMA)  durante coletiva nesta sexta-feira, 17, que mancha de cor marrom que surgiu no leito do Rio São Francisco no sertão de Alagoas foi causado pela abertura das comportas da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) na cidade de Paulo Afonso (BA).

Na última semana, sete cidades do Sertão do estado tiveram o abastecimento de água suspenso devido a mancha surgida no Velho Chico para analisar se havia risco de contaminação e procedência da mesma. Segundo moradores da Cidade de Delmiro Gouveia, água fornecida tinha coloração amarelada e mau-cheiro.

 Segundo diretor do Instituto, Ermi Ferrari, foi a abertura das comportas que liberou material orgânico no rio. "Esses microorganismos estavam hibernando há mais de 30 anos e quando foram liberados, se proliferaram e se transformaram em uma floração algal, o que gerou a mancha ", explica Ferrari.

Durante entrevista coletiva, diretor de operações da Chesf, Mozart Bandeira Arnaud, disse que respeita a opinião do IMA, mas discorda dos relatórios apresentados.

"Discordamos veementemente de que as algas surgiram pela abertura das comportas. Estamos consultando especialistas e todos garantem que isso não tem relação alguma com o aparecimento das algas", afirma Mozart.

 Informativo

 Na última sexta (17), a Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) emitiu nota ao sertão do estado para informar que água tratada que está sendo distribuída é própria para consumo humano. 

 “A Companhia pede aos consumidores das cidades de Delmiro Gouveia, Água Branca, Pariconha, Inhapi, Mata Grande, Canapi e Olho d’Água do Casado, que realizem limpeza nos reservatórios internos (caixas de água) dos seus imóveis, a fim de receber água de boa qualidade”, diz trecho da nota.

A Companhia ressaltou que consumidores da região devem proceder com a fervura da água, ou seja,  não ingerir diretamente da torneira.

A Casal voltou a operar o Sistema Coletivo do Sertão, na tarde da última quinta-feira (16), após a divulgação de um laudo a respeito da qualidade da água bruta. Com isso, o sistema encontra-se em recuperação.

Segundo técnicos da Unidade de Negócio Sertão, da Casal, se não houver nenhuma nova interrupção por conta da floração de algas no lago de Xingó, a normalização do abastecimento dos sete municípios do sistema coletivo deve levar até uma semana.