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Educação vai ampliar oferta de ensino para o sistema prisional

Por Agência Alagoas 30/04/2015 08h08
Educação vai ampliar oferta de ensino para o sistema prisional

O secretário de Estado da Educação, Luciano Barbosa, informou que o governo de Alagoas pretende ampliar o número de vagas para os apenados que desejam estudar, da alfabetização ao ensino superior. A informação foi repassada nesta quarta-feira (29), durante entrega de certificados de conclusão do curso de alfabetização do Programa Brasil Alfabetizado (PBA) a 30 reeducandos do Sistema Prisional de Alagoas. A cerimônia de certificação ocorreu nas dependências do Presídio Feminino Santa Luzia.
 
“Já autorizei minha assessoria a fazer um levantamento completo do que seja necessário para que possamos providenciar condições de ensino em todos os níveis para a população carcerária do nosso sistema prisional”, afirmou Barbosa.
 
Segundo ele, outra reivindicação que está sendo providenciada é uma sede própria para a Escola Estadual de Educação Básica Educador Paulo Jorge dos Santos Rodrigues, que funciona dentro do Núcleo de Ressocialização do Sistema Prisional.
 
O secretário ressaltou ainda o compromisso do governador Renan Filho com a melhoria do ensino público para a sociedade como um todo. “Já inauguramos a Escola de Tempo Integral no Benedito Bentes e queremos levar esse projeto para mais treze unidades até o ano que vem”, informou Luciano Barbosa.

Incentivo - Para os reeducandos alfabetizados, as palavras do secretário serviram de incentivo. “As oportunidades só aparecem para quem tem estudo. Por isso, pretendo continuar estudando, pois só assim terei condições de arrumar um emprego melhor assim que cumprir a minha pena”, afirmou o reeducando J.S. .
 
“Quando eu cheguei aqui não sabia escrever nem o meu nome. Hoje, depois desse curso, já sei escrever meu nome, outras palavras e até ler a Bíblia”, falou novamente J.S..
 
Aos 43 anos, M.H.T estava orgulhosa do certificado que recebeu. “Agora sim, posso dizer que sei ler e escrever”, afirmou a reeducanda. Para ela, estudar sempre foi um sonho. “Casei muito cedo, tive filhos e fiz de tudo para que eles estudassem”, relatou. 
 
O processo de alfabetização foi conduzido por outros dois reeducandos do sistema, J.B.S e O.G.L. “Foi um aprendizado importante, porque antes de começar a ministrar aulas de alfabetização, eu passei por uma capacitação, junto com outros alfabetizadores, onde tivemos contato com vários professores universitários”, destacou J.B.S.
 
Para O.G.L, atuar como alfabetizadora da turma de reeducandas foi um aprendizado. “Foi maravilhoso poder contribuir para o aprendizado delas e também aprender com suas experiências”, observou.

800 alfabetizandos - Segundo Adeilma Fonseca, coordenadora do Programa Brasil Alfabetizado em Alagoas, de 2011 para cá, já foram alfabetizados cerca de 800 apenados. Nesta oitava etapa, cinco turmas foram formadas, sendo uma no Presídio Santa Luzia e quatro no Baldomero Cavalcanti. 
O sistema penitenciário alagoano conta atualmente com cerca de 300 alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) e 14 salas distribuídas nos núcleos prisionais da capital.