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AL é o estado de maior risco de assassinato para negros

Jovens negros têm mais chances de serem assassinados do que os jovens brancos no Brasil, mostra relatório

Por O Globo 07/05/2015 13h01

A chance de ser vítima de violência, inclusive de assassinato, está ligada à cor de pele no Brasil. É o que mostra um estudo divulgado nesta quinta-feira pela Secretaria Nacional da Juventude (SNJ) da Presidência da República. Um indicador inédito, o Índice de Vulnerabilidade Juvenil (IVJ) — Violência e Desigualdade Racial, mapeou onde os jovens negros de 12 a 29 anos estão mais expostos ao problema. Numa escala de 0 a 1, Alagoas (0,608) aparece como local de maior risco. No outro extremo, São Paulo é o estado menos inseguro, com IVJ de 0,200. O Rio de Janeiro (0,309) está classificado na faixa de vulnerabilidade de média a baixa.

No que diz respeito ao risco de homicídio, os jovens negros têm 2,5 mais chances de serem assassinados do que os jovens brancos no Brasil, mostra o relatório. A média nacional é praticamente a mesma do Rio. No entanto, em alguns estados, a situação é extrema. Na Paraíba, por exemplo, esse risco chega a ser 13,4 vezes superior para negros. A única exceção no país é o Paraná. Lá, são os jovens brancos os mais vulneráveis a mortes violentas.

Os dados constam de relatório produzido a partir de uma parceria entre a Secretaria Nacional de Juventude (SNJ) da Presidência da República, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o Ministério da Justiça e a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) no Brasil. O IVJ – Violência e Desigualdade Racial será utilizado pelo Plano Juventude Viva, da Secretaria Nacional de Juventude, para orientar políticas públicas de redução da violência contra jovens no país.

Uma comparação do IVJ calculado para 2007 e para 2012, base mais recente de dados, mostra que a situação melhorou em 14 estados. O Rio de Janeiro se destacou, com a maior redução, de 43,3%, do indicador que aponta vulnerabilidade de jovens negros à violência. Mas no Piauí, Sergipe, Amapá, Rondônia e Amazonas, o IVJ subiu mais de 20% no período.