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Inflação em abril é a maior para o mês desde 2011
O índice oficial de preços no Brasil registrou alta de 0,71% em abril. É a maior inflação para o mês de abril desde 2011, quando ela foi de 0,77%. Os dados do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor - Amplo) foram divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (8).
O resultado do mês passado representa uma desaceleração em relação a março (1,32%). No entanto, foi maior que a inflação de abril do ano passado (0,67%).
Com o resultado, a variação acumulada em 12 meses chegou a 8,17%. Trata-se da maior alta acumulada desde dezembro de 2003, quando o IPCA atingiu 9,3%.
O número está muito acima do limite máximo da meta. A intenção do governo é manter a alta dos preços em 4,5% ao ano, com tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo --ou seja, variando de 2,5% a 6,5%.
Energia dá trégua
Segundo o IBGE, o principal responsável pelo resultado de abril do IPCA foi o custo da energia elétrica, que desacelerou a alta para 1,31%. Em março, a energia teve alta de 22,08%, após a revisão das tarifas em todas as regiões pesquisadas.
Apesar de o impacto ter sido menor em abril, o custo da energia residencial acumula neste ano alta de 38,12%, e em 12 meses as contas estão 59,93% mais caras, segundo os números do IBGE.
Inflação e juros
Na véspera, o Banco Central disse que o avanço no combate à inflação se mostrou insuficiente. O comentário foi feito na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), realizada nos dias 28 e 29 de abril para decidir a taxa de juros.
A Selic, que é a taxa básica de juros do país, está atualmente em 13,25% ao ano. São os maiores juros em 6 anos e 4 meses, desde dezembro de 2008, quando a taxa estava em 13,75%.
A taxa de juros é um dos instrumentos mais básicos para controle da alta de preços.
Quando os juros sobem, as pessoas tendem a gastar menos e isso faz o preço das mercadorias cair (obedecendo à lei da oferta e procura), o que, em tese, controlaria a inflação.