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“A situação chegou ao extremo” diz Cremal sobre HGE
Informações sobre a situação do HGE foram dadas ontem (21) por meio de coletiva de imprensa
Uma coletiva de imprensa dada pelo presidente do Conselho Regional de Medicina de Alagoas (Cremal), Fernando Pedrosa, na tarde de ontem (21) tornou público o caos que o Hospital Geral do Estado (HGE) vem passando com a falta de materiais básicos de saúde e espaço para o alojamento de macas. Wellington Galvão, presidente do Sindicato de Médicos de Alagoas, também participou da coletiva e concorda que o HGE deveria sofrer uma interdição ética.
“Se não fosse o único hospital de urgência e emergência que temos aqui, ele hoje teria tido uma interdição ética. Se fosse um hospital privado que estivesse nessas condições, o governo já teria ido interditar, como fez com o hospital de Pão de Açúcar. Não lembro de ter visto nunca uma situação como esta”, lamentou Wellington Galvão.
Os dois visitaram o HGE na manhã desta quinta-feira e encontraram “um cenário de guerra”. Segundo Pedrosa, estão faltando itens básicos e de uso essencial como luvas, canola para intubaçao de adultos, gazes, esparadrapos, xilocaína para anestesia local, entre outros materias chegando a paralisar o atendimento.
“No final da tarde de ontem os médicos decidiram fechar a UTI por falta de material para receber mais pacientes. Os que passaram por cirurgias permaneceram no centro cirúrgico até a manhã de hoje, quando os médicos decidiram transferi-los para a UTI porque todos já estavam entubados. A situação chegou ao extremo. Esta falta de assistência à saúde pode causar óbitos”, relatou o presidente do Cremal. .
“O Hospital Geral do Estado chegou a uma situação insustentável. Pessoas podem morrer por falta de materiais e medicamentos essenciais”. Declarou
A superlotação também é um problema agravante. A informação é de que existem 39 pacientes em um espaço reservado para quinze. “ As macas estão tão coladas umas nas outras que não tem espaço para que um médico faça ressuscitação em algum paciente, caso precise. Não tem espaço para mover as macas e abrir espaço”, declarou.
Fernando Pedrosa disse, que ao ser procurada, a secretária explicou que os materiais não foram comprados porque o estado tem dívidas provenientes do governo anterior. “Esta situação precisa de uma intervenção do governador. Se os materiais não forem comprados, iremos perder vidas”, ressaltou o presidente do Cremal.
O presidente do Sindicato dos Médicos, Wellington Galvão criticou a postura do governador em não pagar as dívidas dos fornecedores e alega que a dívida é do Estado. “O débito não é de pessoa, é do governo. O governador tem que pagar. Pessoas estão morrendo naquele hospital e o governador deve ser responsabilizado. Estamos quase na metade do ano e a situação está cada vez mais difícil. Não pagar transporte escolar não faz ninguém morrer, mas não comprar materiais imprescindíveis a um hospital de urgência, mata muita gente”, disse Wellington Galvão.
Outra denúncia feita pela entidade foi que a Unidade de AVC, inaugurada em abril deste ano, encontra-se fechada por falta de materiais para funcionar.
Ministério Público será acionado
O presidente do Cremal disse que vai enviar o relatório do que foi encontrado no HGE ao Ministério Público Estadual na próxima semana. “Vamos provocar o MP para que movam uma ação pública contra o Estado. Além disso, vamos levar este relatório diretamente ao governador. Nossos colegas médicos estão com medos de trabalhar nesta situação e serem responsabilizados por alguma morte que venha a ocorrer por falta de insumos”, disse.
Secretaria de Saúde
A diretora do Hospital Geral do Estado, Verônica Omena, por telefone, explicou à reportagem do Alagoas24horas que o hospital está com falta de medicamentos e materiais devido ao problema no abastecimento, mas são situações pontuais.
Segundo a diretora a falta está sendo restabelecida com o abastecimento de alguns insumos até que a compra total seja realizada. “Não podemos negar que estamos com falta de alguns materiais, mas a secretária está empenhada em finalizar o processo de compra de todo o material que está em falta”, explicou Verônica Omena