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Clube de AL revela jogadoras para seleção
Sobra talento e falta investimento. O discurso é o mesmo para diversos esportes no Brasil. No futebol não é diferente e, em se tratando da categoria feminina, as dificuldades estruturais são ainda maiores. A alagoana Marta foi um fenômeno, capaz de abrir trincheiras numa modalidade descriminada no país e chegar ao seleto grupo das estrelas olímpicas. A camisa 10 da seleção brasileira é uma inspiração natural para as jovens jogadoras, principalmente em seu estado. Não poderia ser diferente. Assim, o Globoesporte.com inicia neste domingo a série "Futebol na Terra da Rainha", que vai apresentar um raio x sobre a formação de meninas talentosas em Alagoas.
De cara, uma triste confirmação: a qualidade das atletas contrasta com a estrutura precária dos clubes. Apenas cinco times disputam as competições organizadas pela Federação Alagoana de Futebol: Sete de Setembro, Universal, Dimensão Saúde, Desportivo Aliança e União Desportiva Alagoana (UDA). Este último, contudo, fundado em 2010, parece ter encontrado o caminho para que o esporte engrene em meio às adversidades. Recentemente, teve duas atletas chamadas para as seleções de base do Brasil. Não é pouco.
Em menos de cinco anos, a equipe conquistou quatro títulos alagoanos e chegou em 2015 à terceira fase da Copa do Brasil, feito inédito para times do estado. Presidente do clube, Adeilson Cassimiro reclama que as conquistas se deram com muitas dificuldades, pois é incerto o apoio que o time recebe.
- Aqui em Alagoas a gente tenta o máximo com algumas parcerias. Recebe apoio de um, apoio de outro. Se dependesse só da gente, o time não chegaria aqui, porque são dificuldades muito grandes. Às vezes queremos trazer meninas do interior pra cá, porque algumas meninas lá são muito boas, mas falta patrocínio - disse.
Com a oportunidade de Bárbara Melo e Geyse Ferreira na seleção, o empenho das garotas do União até aumentou, afinal, apesar das condições ruins, elas perceberam que oportunidades podem aparecer.
- Antes não existia essas oportunidades para todas, de estar trabalhando com essa categoria de base do Brasil. Então, como existem esses projetos, isso as incentiva mais, elas se concentram. Levam mais a sério para terem conquistas como as da Pretinha e da Bárbara. E a gente tem essa meta para Alagoas, não só para a minha equipe, mas para outras também - contou o presidente do União, que também comemorou o incentivo do estado para a realização do Campeonato Alagoano.
- Agora estamos vendo um maior apoio. Vai ter o Campeonato Alagoano e estão se mobilizando para conseguir trazer o máximo de equipes. Isso nunca teve aqui, tomara que continue.