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Amor: corpo e mente se beneficiam com o sentimento que traz ganhos à saúde

Por Agência Alagoas 12/06/2015 10h10
Amor: corpo e mente se beneficiam com o sentimento que traz ganhos à saúde
Foto: Há 63 anos juntos, o casal Wanda Cleto e Duílio Marsiglia passam o fim de tarde juntos, de maos dadas, conversando na varanda (Fotos: Carla Cleto)

O corpo reage ao sentimento de amor. Sintomas como frio na barriga, coração acelerado, tremores e a sensação de “borboletas no estômago” são frequentes em pessoas apaixonadas. Porém, ao contrário do que se pensa, não é o coração o órgão principal neste processo, o cérebro é que está no centro de tudo.
 
Se por um lado temos essas manifestações físicas do amor (como a aceleração dos batimentos cardíacos), a psicoterapeuta Carmen Lúcia Marques esclarece que esses sintomas da paixão dão lugar a diferentes formas de sentimento, que surgem a partir do diálogo, convivência e respeito, fundamentais para manter uma relação duradoura.
 
“As pessoas estão muito ansiosas, impetuosas e hiperativas. E isso deságua nas relações. Daí a importância da predisposição interna em mudar no momento de se relacionar com o outro”, esclareceu Carmen Lúcia Marques. A psicoterapeuta alertou que esses comportamentos são resultado do “mal do século” - o estresse e a ansiedade -, e não são reflexo de estar só.  
 
Até porque, segundo a psicoterapeuta, “é preciso antes estar só, autoconhecer-se”. Isso porque essa fase ajuda a estar com alguém de forma saudável. Ela defendeu ainda que o amor é o melhor bálsamo para as feridas da alma e que nenhuma técnica o suplanta. “Não se deve esquecer a essência: a nossa capacidade humana de amar”, completou ela.
 
E uma cena, nos finais de tarde na Ponta Verde, marca a essência do amor que permanece com o tempo. Há 63 anos juntos, o casal Wanda Cleto e Duílio Marsiglia chamam a atenção da redondeza, que vê o casal, já de cadeira de rodas (e acompanhados de enfermeiros), passarem o fim de tarde conversando na varanda da casa, lado a lado, e de mãos dadas.
 
O segredo de uma convivência tão longa, segundo o casal, é o amor: cultivar o amor, o respeito mútuo, a convivência e a união. “Nós dois somos um só”, revela Wanda, que junto com Duílio acredita que “com amor superamos tudo”, o casal tem dois filhos e quatro netos.
 
A orientação da psicoterapeuta é ainda que a fala seja direcionada ao sentimento. Isso abre a possibilidade para o diálogo e, consequentemente, para a boa convivência. “É importante estar claro para o casal o que eles esperam da relação. Isso é um acordo feito pelos dois e, tendo isso firmado, o relacionamento ganha mais firmeza”, explicou Carmen, lembrando que é necessário ainda preservar o respeito.
 
“Que a relação permaneça saudável e que apenas aconteçam mudanças positivas”. É o que o casal de namorados Maíra Lacet e Isaac Farias esperam do relacionamento de um ano. “Procuramos sempre conversar sobre o que nos incomoda e o que nos agrada. Quando não compartilhamos, podemos acabar prejudicando não só a relação, como também afetar diretamente a nossa saúde”, descreveu Maíra.

O jovem casal, que tem estilo de vida muito parecido, desde a área de formação até a alimentação e a prática de esportes, não esconde que a adrenalina, a ansiedade, a euforia e a saudade até hoje permanece. “Mas com o tempo, depois de um início mais intenso, a gente se torna mais seguro, mais confiante da relação que construiu”, contou Maíra.
 
“É bom poder contar com alguém que caminha no mesmo sentido que você. E isso com certeza reflete na admiração e no sentimento que nutrimos um pelo outro diariamente”, completou Maíra. Para a psicoterapeuta, todo esse sentimento pode ser dito, porque é preciso elogiar mais e salientar aspectos positivos do outro.
 
HORMÔNIOS - Aquela sensação boa depois de fazer o bem já é a ocitocina (ou oxitocina), conhecida como o hormônio do amor, atuando. Ele costuma ser liberado quando se está perto dos parceiros e também tem a função de desenvolver apego e empatia entre pessoas e produzir parte do prazer do orgasmo. Promove ainda as contrações musculares uterinas, reduz o sangramento durante o parto e estimula a libertação do leite materno.

Quando a ocitocina entra em ação, os níveis de cortisol (hormônio do estresse) diminuem no organismo. Também reduz a ansiedade, deixa a pessoa apaixonada mais bem-humorada e melhora a sociabilidade, desenvolvendo ainda a empatia entre as pessoas. Já os benefícios para o corpo de quem está apaixonado são muitos, pois se libera diversos hormônios que contribuem para o bom funcionamento do organismo, como a endorfina.
 
O cérebro dos apaixonados também recebe mais sangue e melhora suas atividades, tornando-as mais intensas quando se pensa em quem se ama. Favorece ainda a prevenção da isquemia, reduzindo a pressão arterial e deixando a pele mais viçosa; impede a perda de massa muscular, porque aumenta os hormônios anabólicos, como a testosterona, e reduz os catabólicos. Além da sensação de prazer, de bem estar físico e emocional e da sensação de segurança e de fidelidade entre o casal.