Geral
Crise faz AL reduzir investimentos em 77%
A situação é comum a maioria dos estados brasileiros e Distrito Federal
Levantamento realizado pela Folha de São Paulo, e divulgado nessa segunda-feira (15), mostra que o volume de investimentos em Alagoas teve uma queda de 77,9% nos quatro primeiros meses de 2015, em relação ao mesmo período no ano anterior. De acordo com a pesquisa, entre as principais razões para a queda de investimentos está a crise econômica e a dificuldade de arrecadação. A situação é comum a maioria dos estados brasileiros e Distrito Federal.
Com a crise e dificuldades na arrecadação, o volume de investimento em Alagoas passou de R$ 181 milhões, no primeiro quadrimestre em 2014, para 40,1 milhões, em 2015, o que resultou no corte drástico de investimentos neste ano.
A consequência disso nos estados? obras paradas, adiamento de novos projetos, atraso em pagamentos de serviços, aquisição de equipamentos ou instalações permanentes, entre outras. Para o levantamento, a Folha coletou dados extraídos dos balanços financeiros divulgados pelos governos.
A situação não está difícil somente em Alagoas. Segundo a Folha, o volume de investimentos nos 26 Estados e no Distrito Federal caiu de R$ 11,3 bilhões nos quatro primeiros meses de 2014 (valor corrigido pela inflação) para R$ 6,2 bilhões no mesmo período de 2015, uma queda de 46%. Entre as dez maiores economias do país, só a Bahia elevou seu volume de investimentos no ano.
Sem a realização de obras públicas, a economia como um todo acaba sendo afetada. O mercado de máquinas para construção, por exemplo, estima para este ano uma queda de 36% na demanda de novos equipamentos – valor comparável apenas ao registrado em meio à crise de 2009.
"Quando uma empresa não recebe pagamentos, cancela os contratos com os sub-empreiteiros, estes não compram máquinas e demitem empregados. É uma reação em cadeia", diz Mário Humberto Marques, vice-presidente da Sobratema, associação que reúne fabricantes de máquinas para construção.
Outro desafio a ser enfrentado pelo governo é dar continuidade às obras e a realização dos serviços de saneamento e mobilidade, já que a estagnação de melhorias de infraestrutura dificulta a retomada do crescimento do estado.
Ao comentar em uma entrevista sobre a redução de investimentos em Alagoas, o Governador Renan Filho citou a queda em outros estados e destacou que é preciso prudência. “É preciso prudência nesse momento de crise, que atinge não só Alagoas, mas também outros estados”, destacou o governador.