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Cidades podem entrar em colapso por falta d’água nas zonas urbanas
Quatro meses depois que o governo autorizou a liberação de uma ajuda emergencial de R$ 1,5 milhão do Fecoep, a operação Água é Vida, da Defesa Civil Estadual ainda não conseguiu vencer as barreiras da burocracia e aguarda, agora, a homologação do governo nos novos decretos de emergência, renovados pelos municípios do Sertão e Semi árido. Esse atraso levou a Associação dos Municípios Alagoanos – AMA – a convocar uma reunião com a Defesa Civil Estadual para pedir pressa e agilidade nas ações. O superintendente da Entidade, César Teixeira, também vai protocolar um pedido de audiência para os 38 prefeitos com o governador Renan Filho ainda esta semana.
A reunião com os prefeitos e coordenadores municipais mostrou a insatisfação com a forma como a execução da operação está sendo encaminhada. Os prefeitos reconhecem a necessidade dos trâmites e da transparência, mas também não aceitam a lentidão dos órgãos estaduais envolvidos no processo.
Segundo a Defesa Civil a operação está pronta e pode ser executada tão logo os novos decretos sejam homologados. Ela levará água potável a comunidades não abastecidas pelo Exército. É um paliativo de apenas um mês enquanto os recursos federais para ampliação da operação Pipa e para as adutoras de engate rápido não chegam, disse o coordenador estadual Major Moisés.
Em algumas cidades o quadro é desolador. Prefeitos estão com investimentos mensais superiores a R$ 100 mil reais para garantir o abastecimento da população, como Pão de Açúcar e São José da Tapera que já acumula um débito de R$ 300 mil com carros Pipa. Cidades como Minador do Negrão, Estrela de Alagoas e Dois Riachos podem entrar em colapso porque até na zona urbana a água não chega mais. Há casos, diz o prefeito Jorge Dantas, que há mais de um ano a zona urbana não recebe água da Casal e sugere que o Ministério Público peça explicações a companhia que é responsável pelo abastecimento.
O representante da AMA no Comitê estadual da Seca, Avânio Feitosa diz que os gestores precisam ser ouvidos porque estão dia a dia convivendo com os problemas e as aflições das pessoas. “Os prefeitos não querem condenar, mas tirar os entraves. Todos estão cansados de tantas reuniões e tão poucas ações”, disse o prefeito concordando com prefeitos como Celso Luiz, de Canapi, Aloísio Rodrigues, de Batalha, Mario Silva, de Santana do Ipanema, Socorro Ferro, do Minador do Negrão, Manoel Tenório, de Quebrangulo, Jarbas Ricardo, de São José da Tapera, Gildo Rodrigues, de Poço das Trincheiras que foram duros nas críticas a demora do governo. “Seca é guerra e não dá para esperar um amanhã”, afirmou o prefeito de Batalha.
Durante a reunião, prefeitos também denunciaram a falta de operação de muitos poços artesianos construídos e a necessidade do abastecimento individual das cisternas distribuídas pelo governo federal.