Um acidente de trânsito quase tira a vida de Miralva de Lima, de 47 anos. A dona de casa que vinha na carona da motocicleta do namorado teve fraturas no fêmur e pé esquerdo. A celeridade no atendimento de emergência e a realização de procedimentos eletivos no Hospital Geral do Estado (HGE) devolveram sua saúde.

O grave acidente aconteceu no dia 3 de abril em uma avenida da capital alagoana. O casal foi atingido por um automóvel ao retornar de uma festa. O motorista envolvido no acidente negou atendimento às vítimas, não parando o automóvel sequer para saber como estavam. Miralva e o namorado foram levados para o HGE pela equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Ele teve apenas escoriações, já Miralva, além do atendimento de emergência, precisou de cirurgias posteriores para a estabilização do quadro.

O médico-ortopedista Gustavo Francisco, responsável por coordenar a área, explicou que, até 2015, o HGE representava somente um hospital de cuidados intermediários para os pacientes de ortopedia. Pessoas como Miralva, por exemplo, faziam o atendimento emergencial no HGE e aguardavam dias, algumas vezes semanas ou meses, para realizar a cirurgia ou o tratamento ortopédico completo nos hospitais conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS).

“Estamos fazendo um trabalho de fortalecimento do serviço de ortopedia no Hospital Geral. Hoje, a realidade desta unidade hospitalar é diferente. Uma equipe multidisciplinar está voltada para a execução dos procedimentos e a partir daí o tratamento definitivo em ortopedia é realizado, agora, dentro do HGE”, ressaltou o ortopedista.

De acordo com o especialista, isso vem refletindo positivamente para o HGE que é visto, atualmente, como referência para o atendimento em traumato-ortopedia. “Uma unidade que figurava como mero coadjuvante agora é o ator principal na assistência em ortopedia em Alagoas”, disse o médico.

Para se ter uma ideia do que o especialista reforçou, em agosto de 2016 o HGE fez 250 cirurgias na área ortopédica, 172 delas foram eletivas, as que eram realizadas em outras unidades de saúde. Antes da implantação do serviço, a unidade hospitalar fazia pelo menos de 100 procedimentos por mês.

Miralva, uma das beneficiadas com a nova estrutura, sabe bem como funciona a nova realidade no Hospital Geral. “Confesso que quando dei entrada no HGE e fiquei sabendo que teria que fazer uma cirurgia ‘eletiva’, como eles chamam aquelas que não são de emergência, fiquei com bastante medo porque escutava falar muito mal do hospital, mas foi maravilhoso. Não entrei em uma fila de espera. A assistência foi muito eficaz e resolutiva. Os profissionais dedicados. Agradeço a Deus por ter sido dirigida ao HGE”, ressaltou a dona de casa.

A área de traumato-ortopedia faz parte de uma reivindicação antiga da unidade hospitalar, as mudanças na assistência vêm organizando o fluxo e o atendimento na área. São 39 leitos destinados à internação dos pacientes com uma equipe multidisciplinar composta por ortopedista, enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas e psicólogos, rigorosamente treinados para monitorizar e intervir precocemente na assistência aos pacientes da área.