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Senai amplia a formação de profissionais em cursos técnicos em AL

Instituição estendeu sua grade para 16 cursos técnicos no Estado este ano e está criando novos para serem iniciados em 2017

Por TH 09/10/2016 16h04
Senai amplia a formação de profissionais em cursos técnicos em AL

Com o objetivo de ampliar o leque de cursos técnicos em Alagoas e aumentar a oportunidade no mercado de trabalho, sobretudo na área industrial, onde ainda é carente a mão-de-obra qualificada, foi que o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) estendeu sua grade para 16 cursos técnicos, este ano, no Estado. Outros novos cursos estão sendo criados pela instituição e devem ser iniciados em 2017.

O coordenador de Educação do Centro de Aprendizagem Gustavo Paiva – Senai, Pedro Oliveira, destacou o momento impar de ouvir a indústria e assim se alinhar na programação disponibilizando cursos mais específicos.

Esta semana duas turmas foram formadas pelo Senai: Técnico em Automação Industrial à Distância e Impressora Offset. Recentemente mais um curso foi criado atendendo a demanda, como é o caso do Técnico em Açúcar e Álcool, muito requisitado pelas indústrias de Alagoas e que será iniciado no ano que vem.

Outro curso pleiteado, segundo Pedro Oliveira, foi o de Técnico de Segurança do Trabalho à Distância, bem como o de Logística à Distância, Técnico Automotivo e Técnico de Plástico. Este último atendendo a uma série de indústrias do Distrito Industrial na parte alta de Maceió e do Polo em Marechal Deodoro. Tendo inclusive, de acordo com o coordenador de Educação do Senai, uma estrutura gigantesca de oficina montada especialmente para atender todos os processos plásticos que as indústrias precisam.

Ainda conforme Pedro Oliveira, foram formados em cursos técnicos de janeiro até a semana passada 344 alunos, sugerindo um acréscimo significativo quando comparado ao mesmo período do ano anterior, que registrou cerca de 280 alunos.

“Muitos ainda não se formaram por conta de que ainda estão no processo de estágio. O estagio é opcional e depende do interesse do aluno, muitos optam por não fazer por já estarem trabalhando acontecendo de ter um contato direto com a empresa”, disse Pedro Oliveira.

Cynthia Melo que está no 4º ano do curso de Mecânica do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Alagoas (Ifal) disse que buscou o curso por sempre acompanhar um tio e um avô na área. “Tive a oportunidade de ser chamada para aperfeiçoar meu conhecimento no Senai e daqui já tenho vaga garantida numa indústria de fabricação de turbinas. Aliás, foi a própria empresa que investiu neste curso”, contou.

Itamar Ferreira de 19 anos, que está no 3º ano de Mecânica no Ifal, destacou a iniciativa da empresa, da qual ele garantiu a vaga, e ressaltou que muitos alunos desistem do curso por falta de oportunidade de estágio. “A empresa não só abriu as portas como ofereceu um aperfeiçoamento. Nem todas querem fazer isso, preferem o profissional pronto. Mas como a carência de mão-de-obra qualificada é baixa o comportamento é muito bem válido”, frisou.

Mais de 65% são para a comunidade

O Senai destina 66,7% dos cursos para a comunidade onde o aluno beneficiado faz o curso de forma gratuita, como foi o caso do Técnico de Impressora Offset, uma demanda do Sindicato das Indústrias Gráficas do Estado de Alagoas (Singal), na pessoa do presidente Floriano Alves. “O Sindicato solicitou e o Senai abriu vagas para a categoria”.

Os cursos custam em média R$ 100 dependendo do propósito, como os de curta duração e aperfeiçoamento, já os técnicos necessitam de um investimento maior. As turmas são formadas a partir de 16 alunos de acordo com a exigência de cada curso, por exemplo, aqueles que carecem de muita destreza manual.

Uma pesquisa apontou que 97% das indústrias têm preferência por alunos do Senai e o aproveitamento é comum em virtude do nível de aperfeiçoamento alto nos cursos ofertados no Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial.

A visão preconceituosa de indústrias nos anos 90 – de chaminé e fumaça – não se enquadra mais para a atualidade, onde muitas vezes era classificado como competitivo e manual. As pessoas, diz Pedro Oliveira, começaram a ter outros olhos percebendo que a indústria brasileira se modernizou, a exemplo, das indústrias de software. “Essa realidade mostra outra visão para os jovens que têm interesse em buscar desafios ao inesperado. Ainda há um número muito expressivo de vagas na indústria a serem preenchidas e que não existe qualificação para as pessoas exercerem a profissão, e eles encontram no Senai o espaço para preencher esta lacuna. A indústria ‘grita’ para que estes postos sejam preenchidos com qualificação bem feita”, explicou.