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Vaqueiros protestam contra proibição da vaquejada
Vaqueiros e trabalhadores de vaquejadas protestam nesta terça-feira (11) em ao menos 9 estados e no Distrito Federal contra a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que pode tornar a prática ilegal em todo o país. A vaquejada é uma tradição cultural nordestina na qual um boi é solto em uma pista e dois vaqueiros montados a cavalo tentam derrubá-lo.
Em Alagoas, vaqueiros de várias regiões realizaram uma cavalgada em protesto contra a medida. Homens e cavalos seguiram nesta manhã do Dique Estrada até o Palácio República dos Palmares para entregar um estudo socioeconômico sobre o impacto da proibição a atividade para o estado.
A atividade, de acordo com a Associação Alagoana de Criadores de Quarto de Milha, gera 11 mil empregos diretos e movimenta R$ 5 milhões no estado. Ainda de acordo com a Associação, são mais de 500 pistas de vaquejada distribuídas pelos 102 municípios alagoanos.
A entidade afirma ainda que a atividade não está proibida, já que o STF considerou inconstitucional apenas uma lei do Ceará.
Os vaqueiros afirmam que o objetivo da mobilização é demonstrar para a classe política e para a sociedade que não existe maus tratos aos animais que são submetidos à vaquejada. Eles defendem o uso do protetor de cauda, que evitaria fraturas nos bois, e a colocação de uma faixa de areia na área onde o animal é derrubado.
A Associação afirma ainda que bois com chifres não participam das competições e que todo equipamento de ferro é coberto com esparadrapo para evitar ferimentos nos animais.
Os vaqueiros também realizam uma mobilização em Inhapi, onde interditaram o km 40 da BR 423. Cerca de 100 manifestantes participam da ação, que fechou completamente a pista.
Eles defendem que a vaquejada é uma tradição cultural do Nordeste. A prática se resume em soltar o boi em uma pista e dois vaqueiros montados a cavalo tentam derrubá-lo puxando o animal pelo rabo.
STF
A decisão do STF foi tomada na última semana, onde foi derrubada uma lei do Ceará que regulamentava a vaquejada. Por 6 votos a 5, os ministros consideraram que ela impõe sofrimento aos animais e fere princípios constitucionais de preservação do meio ambiente. O governo do Ceará dizia que a vaquejada faz parte da cultura e movimenta R$ 14 mi por ano.
Apesar de se referir ao Ceará, a decisão servirá de referência para todo o país, sujeitando os organizadores a punição por crime ambiental de maus tratos a animais. Caso algum outro estado tenha legalizado a prática, outras ações poderão ser apresentadas ao STF para derrubar a regulamentação.