Geral
Alagoas tem 14 locais de prova do Enem ocupados por estudantes
Milhares de estudantes, em todo o Brasil, estão na contagem regressiva para o Enem. As provas que vão ser aplicadas no sábado (5) e no domingo (6) chegam a ter mais de 100 questões, e ainda tem a redação. Mas além da prova, os alunos tem outro motivo para se preocupar: as ocupações nas escolas. Alagoas tem 14 dos locais de prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ocupados por estudantes. Essas unidades de ensino estão localizadas na capital e em mais oito municípios.
Em todo o país, ao menos 100 locais estão na mesma situação. O Ministério da Educação (MEC) havia determinado a desocupação até a última segunda (31), mas diante da permanência dos alunos, as provas nesses locais devem ser canceladas e aplicadas em outros locais.
A aplicação das provas está prevista para o sábado (5) e o domingo (6). Ainda na segunda, o MEC disse que os alunos que estavam listados para prestar o exame nas unidades ocupadas não farão o teste neste fim de semana, e que deve anunciar quantos alunos serão afetados pelo adiamento. Os novos locais de provas e a nova data ainda não foram informados.
Os estudantes que participam das ocupações dizem ser contrários à Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que limita os gastos públicos no país, a medida provisória da reforma do ensino médio e a Lei estadual da “Escola Livre”, que prevê "neutralidade política, ideológica e religiosa" de professores.
Ameaça judicial
O MEC informou que, caso as provas precisem se reaplicadas posteriormente, os custos da aplicação (cerca de R$ 90 por aluno) serão cobrados judicialmente de alunos e entidades que sejam identificados como responsáveis pelas ocupações. Considerando o único balanço divulgado, o custo para aplicar a prova em uma nova data para os afetados pelas ocupações seria R$ 8 milhões, segundo o ministério.
O MEC chegou a enviar um ofício dando o prazo de cinco dias para que eles identifiquem e encaminhem ao governo federal os nomes de manifestantes que ocupam campi dos institutos federais pelo país.
A prática foi contestada. A procuradora federal dos Direitos do Cidadão, Deborah Duprat, enviou um ofício ao ministro da Educação, Mendonça Filho, pedindo esclarecimentos sobre o levantamento dos nomes de pessoas envolvidas nas ocupações de instituições federais de ensino. O documento foi assinado na terça-feira (25).
Novas ocupações
Desde segunda (31), cinco novas instituições de ensino foram ocupadas em Alagoas, fazendo o número total de ocupações chegar a 25. Das novas ocupações, três foram em escolas estaduais: Arthur Ramos, em Arapiraca, ocupada nesta terça; Xingó I, em Piranhas; e Enoque de Barros, em Girau do Ponciano.
Além delas, dois outros campi da Universidade Estadual de Alagoas (Uneal) também foram tomados. Na manhã de segunda, foi a unidade localizada em União dos Palmares, mas apenas no imóvel onde funciona o setor administrativo, segundo a diretora do campus, Adriana Rocely Viana da Rocha.
Escolas estaduais também foram ocupadas. Só em Arapiraca, de acordo com a Ubes, já são 6 unidades. Em uma delas, também ocorrem aulas da Universidade Estadual de Alagoas (Uneal). As outras escolas ficam em Feira Grande, Água Branca e Delmiro Gouveia.
Confira os locais de prova ocupados em Alagoas:
Maceió
Instituto Federal de Alagoas
Marechal Deodoro
Instituto Federal de Alagoas
Santana do Ipanema
Instituto Federal de Alagoas
Delmiro Gouveia
Universidade Federal de Alagoas
Escola Estadual Luís Augusto Azevedo
Palmeira dos Índios
Universidade Estadual de Alagoas
Água Branca
Escola Estadual Monsenhor Alves Bezerra
Girau do Ponciano
Escola Estadual Enoque de Barros
Arapiraca
Universidade Federal de Alagoas
Escola Estadual Manoel André
Escola Estadual Manoel Lúcio
Escola Estadual Professora Isaura Antônio de Lisboa (Epial)
Escola Estadual Costa Rêgo (onde também funciona um campus da Universidade Estadual de Alagoas)
Escola Estadual Arthur Ramos