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Estudante da rede estadual é finalista da Olimpíada de Língua Portuguesa
A proposta de uma vida digna entre esporte e moradia. Este foi o título e a ideia defendida, sobre ‘o lugar onde vive’, no artigo de opinião que levou a estudante do 2º ano do Ensino Médio da Escola Estadual Ana Lins, de São Miguel dos Campos Isabele Tenório Santos a se tornar uma dos 38 finalistas do gênero “Artigo de Opinião” na Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro (OLP), que acontecerá nos dias 12 e 13 de dezembro deste ano, em Brasília. Outra alagoana classificada para a final nesta mesma categoria foi Natália Samara Nobre, do Instituto Federal de Educação (IFAL), Campus Arapiraca.
O resultado foi divulgado após participação da jovem na etapa regional da OLP, em São Paulo, onde estiveram reunidos todos os semifinalistas da categoria “Artigo de Opinião”.
A estudante passou por várias etapas até a final. A inicial, na própria escola, concorreu com cerca de 300 redações das dez turmas dos 2ª e 3ª séries do Ensino Médio, que passaram por uma banca examinadora interna, com professores da própria unidade, a qual selecionou oito textos. Estes passaram por uma nova banca, externa, que elegeu a redação da Isabele para representar a escola.
A redação também passou pelo crivo da equipe da 2ª Gerência Regional de Educação (Gere) e em seguida, pela comissão estadual, na própria Secretaria de Estado da Educação (Seduc), até chegar à etapa regional, que aconteceu no último dia 27 de outubro, em São Paulo, onde foram reunidos 125 estudantes semifinalistas vindos de todo o país.
Defesa do esporte
Mesmo com toda timidez e ainda sem acreditar na sua façanha, a jovem Isabele, de 17 anos, abordou em seu texto a problemática vivida por ela e seus vizinhos do bairro Humberto Alves, que viram a principal área utilizada para a prática esportiva ser desapropriada para construção de casas populares.
“Defendi o esporte, pela saúde e pelo lazer, pois somos carentes destes espaços. Enquanto defendia o artigo, vi o espaço ser transformado. Mas estou feliz pela conquista da OLP e estou aproveitando esta experiência enriquecedora. Nas oficinas em São Paulo, tivemos muitas delas para o aprimoramento de nossos textos, aprendizados que levarei para o resto da vida”, declarou Isabele, mostrando as medalhas conquistadas.
O resultado alcançado por Isabele encheu de orgulho toda a escola. Direção, coordenação e professores vibraram com a conquista, em especial a professora de Língua Portuguesa e orientadora na olimpíada, Camilla Cruz, que incentivou a garota em cada etapa.
“Estamos todos felizes com este resultado, representa uma importante conquista para todos nós, que nunca havíamos chegado até a final da OLP. Estamos confiantes e, em São Paulo, ainda tivemos a oportunidade de ajustar o texto e redigir outro artigo, confirmando o potencial da Isabele”, explicou orgulhosa a professora orientadora.
Trabalho em equipe
De acordo com a diretora da Ana Lins, Maria Josimere Mendonça, a preparação dos estudantes da Escola Estadual Ana Lins para a OLP Escrevendo o Futuro foi um trabalho em equipe, a partir dos trabalhos de produção escrita, em sala de aula, e também no laboratório de Língua Portuguesa, realizado no contraturno das aulas.
“O foco está na preparação e o resultado é fruto de muito de trabalho, a partir da 1ª série do Ensino Médio. Além das produções em sala de aula, seminários, temos o laboratório com a professora Flora desde o ano passado, e ainda o nosso projeto literário, que ajuda na produção textual e leitura, com reprodução no teatro, musicais e cinema”, pontuou a diretora.
Olimpíada
Realizado pela Fundação Itaú Social e Ministério da Educação (MEC), com a coordenação técnica do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária, o programa visa aprimorar a didática dos docentes de Língua Portuguesa para desenvolver competências de escrita em seus alunos e contribuir com a melhoria do ensino público.
Quatro gêneros compõem a OLP: “Artigos de Opinião”, “Crônica”, “Memórias Literárias” e “Poema”. Ao todo, a competição recebeu mais de 170 mil inscrições em todo o país. Em Alagoas, a comissão estadual avaliou 379 textos, dos quais 16 produções foram escolhidas para a etapa regional.