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Desleal: Alagoas recebe etanol dos EUA em plena safra da cana
Apesar das usinas estarem trabalhando a pleno vapor produzindo cana e etanol, o Brasil vem realizando a importação do biocombustível a base milho produzido nos Estados Unidos da América (EUA). Só em Alagoas, nas últimas semanas, dois navios descarregaram mais de 24 milhões de litros do produto.
O etanol americano - que chega ao Brasil pelo Estado do Maranhão, onde não é cobrado ICMS para a internacionalização do produto e onde é feita a cabotagem para Alagoas - tem qualidade inferior ao produzido pelas usinas locais.
Segundo o presidente do Sindaçúcar-AL, Pedro Robério Nogueira, no total, quatro navios deverão descarregar em Alagoas mais de 48 milhões de litros do biocombustível a base de milho.
“Como estamos em plena safra de cana, isso não pode ser considerado uma complementação de produção. É uma ação desastrosa com sérios prejuízos para os fornecedores de cana e para as usinas, ameaçando empregos e pressionando os preços”, afirmou Nogueira.
Preocupado com os danos que estas importações poderão causar a economia alagoana, o Sindaçúcar-AL solicitou a Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz) uma investigação sobre a realização da transação comercial.
“A importação, sem o pagamento de ICMS, gera concorrência desleal. Com essa operação, apenas as empresas do sul do país, que são responsáveis por este processo, é que obtêm ganhos”, finalizou Nogueira.