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Papa condena massacre de Manaus e faz apelo por presídios decentes

Por ISLA BINNIE com Brasil 247 04/01/2017 11h11
Papa condena massacre de Manaus e faz apelo por presídios decentes

Embora Michel Temer tenha decidido não comentar o massacre ocorrido num presídio em Manaus (leia aqui), onde 56 pessoas morreram, a maioria decapitadas, o Papa Francisco expressou sua preocupação com a situação dos presídios no Brasil e a questão dos direitos humanos.

Abaixo, reportagem da Reuters sobre comentário do papa:

CIDADE DO VATICANO (Reuters) - O papa Francisco expressou nesta quarta-feira dor e preocupação pela rebelião sangrenta em um presídio de Manaus que deixou 56 mortos esta semana, e fez um apelo para que todas as penitenciárias sejam locais de reeducação e ofereçam condições adequadas para os detentos.

"Ontem recebemos a notícia dramática do massacre em uma prisão de Manaus, onde um confronto extremamente violento entre gangues rivais provocou dezenas de mortos. Estou sofrendo e preocupado com o que aconteceu", disse o papa durante um pronunciamento regular.

"Peço orações pelos mortos, por suas famílias, por todos os presos nessa prisão e por todos que trabalham lá. Também apelo novamente para que todas as instituições penitenciárias sejam locais de reeducação e reintrodução à sociedade, e para que os presos vivam em condições adequadas para seres humanos."

Um motim iniciado na noite de domingo dentro do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), que só terminou na segunda-feira, deixou 56 mortos como resultado de uma briga entre facções rivais.

A rebelião foi a mais violenta no país desde o episódio conhecido como Massacre do Carandiru, em São Paulo, em 1992, que terminou com 111 presos mortos, quase todos em decorrência do confronto com a polícia, que invadiu a casa de detenção para retomar o local.

Além dos mortos no Compaj, mais quatro presos foram mortos na Unidade Prisional do Puraquequara (UPP), na zona rural de Manaus, elevando para ao menos 60 o números de presos mortos esta semana no Amazonas.

O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, disse na terça-feira que a situação nos presídios do Estado era "tensa", mas "sob controle".