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Brasil é o país mais espionado pelos EUA na América Latina, afirma Julian Assange
Criador do Wikileaks, ciberativista australiano revelou reuniões privadas de Michel Temer com governo americano
Um dia depois de vir à tona a revelação de que o presidente Michel Temer teve reuniões privadas com a embaixada americana para transmitir informações ao governo americano "que não muitos tiveram acesso", o criador do Wikileaks, Julian Assange, afirmou que o Brasil é o maior alvo dos Estados Unidos na América Latina. Segundo ele, o pré-sal e a economia são um dos pontos de interesse.
"O Brasil é um país que atrai muito interesse. Na verdade, se você olha para a quantidade de espionagem em diferentes países da América Latina e outros países, é o país latino-americano mais espionado pelos Estados Unidos. Isso é muito interessante porque alguém imaginará ingenuamente que deve ser Venezuela ou Cuba, porque historicamente foram os maiores adversários para os EUA, e não o Brasil. Por que é o Brasil? O Brasil tem uma economia maior. O Brasil é simplesmente mais importante economicamente, tem o pré-sal. Esse é um dos fatores na economia", disse Assange, em entrevista ao site Nocaute, para o jornalista Fernando Morais.
Nesta segunda-feira (9), o site já havia divulgado trecho da entrevista que vai ao ar na íntegra na noite desta terça-feira (10). No vídeo, o jornalista e ciberativista australiano que nos últimos anos vazou milhares de documentos que revelaram a geopolítica e a espionagem norte-americana em relação a diversos países, confirmou a existência das reuniões entre Temer e os Estados Unidos, ressalvando que isso não significa que o presidente é "um espião pago pelo governo americano".
“Michel Temer teve reuniões privadas na embaixada americana para passar a eles questões de inteligência política que não muitos tiveram acesso, discussões das dinâmicas políticas no Brasil (...) não existem evidências de que ele seja um espião pago em termos de dinheiro. Estamos falando de outra coisa. Estamos falando de construir uma boa relação de forma a ter trocas de informação de parte a parte e apoio político mais adiante”, concluiu Assange.