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Comércio em AL pode crescer apenas 1% em 2017

Crescimento baixo pode ser relacionado a renda comprometida, o baixo crédito e o desemprego

Por Fecomercio-AL 23/01/2017 10h10
Comércio em AL pode crescer apenas 1% em 2017

O ano de 2017 não pretende ser diferente do ano anterior em relação ao crescimento do consumo no comércio em Alagoas. A expectativa da Federação do Comércio no estado (Fecomércio/AL) é de que as vendas aumentem apenas 1% comparado a 2016 ou haja uma estagnação no crescimento.

O Assessor de Economia da Fecomércio, Felippe Rocha, afirma que há uma cautela quando se trata da expectativa de crescimento para o ano 2017 devido aos novos planos apresentados pelo Governo Federal, como o refinanciamento das dívidas dos empresários e o aumento da oferta de crédito pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDS). Rocha acredita que o crescimento depende deste estímulo e havendo uma redução na inadimplência, os compradores voltam a consumir e isso afetará positivamente o comércio.

“O que a gente espera deste ano é uma estagnação comparado ao ano passado, ou seja, não há crescimento do comércio e se não houver, pelo menos isso é positivo porque é melhor não crescer do que decrescer. Ou então teremos apenas um crescimento no volume de vendas muito tímido na faixa de 1% a 1,5% comparado ao ano passado”.

Felippe Rocha explica que há três motivos que causam o pouco crescimento do consumo em Alagoas: a renda comprometida, o baixo crédito e o desemprego.

“Em Maceió, 59% da população está endividada e 30%, da sua renda é destinada às suas dívidas enquanto 70% é usado para se manter e para outros tipos de contas, como de água e energia. A consequência disso é um baixo nível de consumo, atrelado a escassez de crédito por conta dos bancos que ao perceber o processo de crise aumentam os juros e a ampliam restrições para o comércio aprovar créditos para as pessoas”.

Apesar das dificuldades, Rocha afirma que os empresários estão otimistas neste novo ano e acrescenta que o otimismo é positivo e contribui para o crescimento na economia.

“Sem esse otimismo, o empresário não vai se sentir à vontade para tirar dinheiro do bolso para investir e crescer a sua empresa. A expectativa para estes três primeiros meses do ano é positiva para eles e após esses três meses eles vão se reorientar e perceber as incertezas da economia e os efeitos dos dois planos anunciados pelo governo. Eles, assim como nós, esperam que esse ano a crise seja debelada para que a economia retome seu patamar de crescimento”, finalizou Felippe.