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Golpe derrubou investimentos da indústria: pior resultado em 6 anos
De acordo com a pesquisa Investimentos na Indústria, divulgada pela CNI, no ano de 2016, apenas 40% das empresas que planejavam investir realizaram investimentos conforme planejado. Esse percentual é o menor desde o início da série, em 2010, quando a realização de investimentos como o planejado ocorreu em 65% das empresas.
Entre as empresas que tinham planos de investimento, 41% os realizaram apenas parcialmente, 9% adiaram para o próximo ano e 10% tiveram que cancelar ou adiar seus investimentos por tempo
indeterminado.
Segundo a CNI, em 2016, terceiro ano de queda nos investimentos, "a demanda permaneceu baixa, o acesso ao crédito continuou desafiador e a ociosidade terminou o ano passado em nível recorde".
Mas a incerteza econômica - alimentada pela instabilidade política - foi o motivo apontado com mais frequência para a frustração dos planos de investimentos, com 80% das menções dos empresários consultados. Em seguida, com 54% das respostas, foi citada a reavaliação da demanda e ociosidade elevada. Por fim, em terceiro lugar, com 39% das menções, ficou o custo dos financiamentos.
A CNI - que se uniu às forças que insulflaram a crise política brasileira - não aponta mudanças no horizonte. “Não se espera reversão deste quadro de crise em 2017. O percentual de empresas que pretendem investir em 2017 é 67%”, diz o relatório apresentado pela entidade.
O levantamento da Confederação foi feito entre 21 de novembro e 9 de dezembro de 2016, com 584 empresas de grande, que têm 250 ou mais empregados. Em 2015, o índice empresas que investiram era de 74%.